No passado domingo, no final do Angelus durante a cerimónia dominical na Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano, o Papa Francisco abordou o tema do trabalho infantil, no dia em que se assinala o problema, dizendo que “não é possível fechar os olhos à exploração das crianças, privadas do direito de brincar, de estudar e de sonhar.”
O Papa usou como base as recentes estimativas da Organização Internacional do Trabalho, que apontam para a existência de mais de 150 milhões de crianças exploradas através do trabalho infantil. Francisco pede que os fiéis pensem neste número como se se tratassem dos habitantes de Espanha, França e Itália juntos, e que esta “escravidão” ocorre nos nossos dias.
Segundo a Humans Right Watch (HRW), o impacto económico da pandemia de Covid-19, combinado com o encerramento de escolas e falta de apoios sociais, contribuiu para o aumento do trabalho infantil, e para o aumento das funções perigosas executadas por crianças.
Jo Becker, responsável pela defesa dos direitos das crianças da HRW declarou, no âmbito da publicação deste relatório, que “muitas crianças sentem que não têm outra escolha senão trabalhar para ajudar as suas famílias a sobreviver, mas um aumento do trabalho infantil não é uma consequência inevitável da pandemia”.
“Governos e doadores devem aumentar os subsídios às famílias para manter as crianças longe do trabalho infantil e proteger os direitos das crianças à educação”, acrescentou a responsável.
O Papa Francisco, além de condenar o trabalho infantil, também se mostrou preocupado com o que se passa na região de Tigrai, na Etiópia, que está a ser atingida por uma grave crise humanitária.
O Santo Pontífice concluiu a oração com a ideia: “como é importante esta atitude também para sairmos bem da pandemia! Cultivar a confiança de estar nas mãos de Deus e, ao mesmo tempo, empenharmo-nos todos em reconstruir e recomeçar, com paciência e constância.”
15 de junho 2021