Um grupo de mais de 100 especialistas de diversas áreas como educação, saúde, epidemiologia enviou uma carta aberta ao Governo e Presidente da República a pedir a reabertura urgente das escolas.
A carta que conta com assinaturas de personalidades como o virologista Pedro Simas, o epidemiologista Henrique Barros e o docente em Economia da Saúde Pedro Pita Barros, considera que é possível manter as escolas abertas desde que se tome as precauções adequadas.
A reabertura das escolas é pedida com base nas conclusões de vários estudos. O grupo recorda que segundo esses estudos “as escolas não são contextos relevantes de infeção”
“Durante o primeiro período, as medidas sanitárias em vigor nas escolas provaram que o curso da epidemia foi independente das escolas estarem abertas”, argumentam.
Os especialistas pedem, assim, às entidades governativas que a reabertura das escolas aconteça já em março, mas de forma faseada, dando prioridade às crianças mais pequenas.
Assim, é proposto que as creches e o ensino pré-escolar sejam os primeiros estabelecimentos de ensino a reabrir. Depois deverá seguir-se o ensino básico, também no decorrer de março, com prioridade para o 1º e 2º ciclos.
Reabertura das escolas com novas medidas
Na carta enviada às entidades governativas, os especialistas sugerem ainda algumas medidas a adotar para prevenção de contágios por Covid-19:
- Reforço das regras sanitárias já existentes
- Desfasamento ainda maior de horários para evitar ajuntamentos
- Insistir na proibição, em tempos de grande pressão, de reuniões fora da escola
- Arejamento de espaços, manutenção de distâncias entre assentos que não devem ser trocados nas salas de aula
- Uso de máscaras cirúrgicas obrigatório a partir dos 6 anos de idade
- Substituição dos professores de risco por outros ou permitir que ensinem à distância com os alunos na escola
- Prioridade dada à vacinação de professores e funcionários das escolas
- Vigilância dos contágios de Covid-19
- Assegurar a quarentena
- Rastreio periódico da população escolar através de testes rápidos de antigénio em espaço próprio na escola
- Incentivar o uso de transportes alternativos para a escola, como a bicicleta
- Aumentar a oferta de transporte público
- Manter contacto regular entre os diretores das escolas e as estruturas relevantes de saúde pública para melhorar a gestão dos surtos
Os signatários da carta aberta pedem ainda “que seja já elaborado um plano, e canalizados os recursos suficientes, para recuperar o atraso acumulado por alguns alunos em competências-chave e tutelar a saúde física e mental das crianças e jovens.”
Na mesma carta é ainda recordado que durante o primeiro período escolar, registaram-se 9000 casos nas escolas e o fecho de apenas 800 turmas. Mais foi referido que durante o mês de fevereiro, dos 13 mil testes de rastreio ao Covid-19 realizados nas 700 escolas abertas para os filhos dos profissionais-chave, só resultaram 25 testes positivos.
Reabertura das escola na Europa
Na Alemanha, as escolas reabriram ontem, depois de um fecho de mais de dois meses e da ameaça de uma nova vaga devido à variante britânica. Esta reabertura das escolas conta com condições sanitárias drásticas, incluindo aulas alternadas entre grupos e funcionários fixos que não podem interagir com outros alunos. O vasto grupo de educadores e professores na Alemanha poderá tornar-se prioritário na vacinação.
Mais a norte, Boris Johnsson anunciou que as escolas inglesas irão reabrir já no próximo dia 8 de março.
23 de fevereiro de 2021
Fonte: Diário de Notícias