As crianças e adolescentes terão a sua saúde física e mental em risco se as escolas voltarem a fechar, adverte o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).
Com efeito, considera a autoridade, “o impacto negativo do fecho proativo das escolas sobre a saúde física, mental e educacional das crianças, assim como o impacto económico sobre a sociedade a nível mais lato, iria provavelmente ser superior aos benefícios”, lê-se numa recomendação publicada no respetivo portal a 23 de dezembro último.
Assim, considera o ECDC, “a decisão de fechar escolas para controlar a pandemia de COVID-19 deve ser usada como último recurso”.
A autoridade sublinhou ainda que o encerramento dos estabelecimentos educativos durante a primeira vaga da pandemia teve repercussões negativas sobre a saúde mental e o desenvolvimento educativo de crianças e adolescentes.
Além disso, este encerramento terá intensificado as desigualdades entre as famílias com melhor e pior posição económica. O ensino à distância exige, pois, o uso de equipamentos tecnológicos e de espaço, algo que muitas famílias não possuem.
“As escolas são uma parte fundamental da sociedade e das vidas das crianças”, lê-se noutra página do portal do ECDC.
A favor do encerramento das escolas
Esta posição contrasta com a de um grupo de 18 cientistas catalões que enviaram uma carta ao Ministério da Saúde espanhol a pedir que feche as escolas como medida de prevenção contra o vírus Covid-19.
O encerramento dos estabelecimentos educativos durante a primeira vaga da pandemia teve repercussões negativas sobre a saúde mental e o desenvolvimento educativo de crianças e adolescentes.
A carta, difundida pelos especialistas na rede social Twitter, foi noticiada pelo jornal La Vanguardia, refere que esta medida é de precaução. Contudo, os 18 cientistas reconheçam haver uma “falta de evidência científica” a respeito do encerramento das escolas para travar a infeção.
Os 18 assinantes da carta baseiam o seu pedido no “risco da variante B.1.1.7” detetada recentemente no Reino Unido, argumentando que esta é muito contagiosa nas crianças. No entanto, segundo a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, a taxa de contágio desta variante não é mais elevada nas crianças em relação aos adultos.