Um relatório da organização não-governamental Save the Children, revelou que desde 24 de fevereiro e até ao último dia 10 de agosto, pelo menos 942 crianças sofreram o impacto direto da Guerra da Ucrânia. Desde a invasão por parte da Rússia, já morreram 356 crianças e 586 ficaram feridas.
Cerca de 16% das crianças mortas na Ucrânia (46) tinham menos de cinco anos de idade. O relatório da Save the Children, apresentado este domingo, foi feito de acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Das 586 crianças dadas como feridas até ao momento, 13%, cerca de 22, eram também menores de cinco anos.
Segundo a ONG Save the Children, a Organização das Nações Unidas também alertou para o facto de que estes números poderão na realidade ser muito mais altos. A causa da maioria das mortes e dos ferimentos verificados é o uso de armas explosivas em áreas urbanas apinhadas.
Sonia Khush, diretora da Save the Children disse em declarações que “embora as crianças na Ucrânia nada tenham a ver com as causas da guerra, elas são as mais afetadas. Estão a crescer com o som de bombas e a ver casas e escolas destruídas, enquanto amigos e familiares são mortos ou feridos”.
É imperativo e extremamento necessário garantir ajuda humanitária a estas crianças, mas também “esperança”, para que lhes seja transmitida a ideia de que “esta guerra vai acabar, de que poderão regressar a casa e ter um futuro promissor”.
Sonia Khush teme que sem apoio significativo e “uma cessação imediata das hostilidades”, a Ucrânia vai-se tornar num cemitério para mais crianças, tanto em termos físicos, como em termos de sonhos e esperanças.
As famílias vivem o seu dia-a-dia num ambiente de medo e insegurança permanentes. A UE e países como Estados Unidos, Reino Unido ou Japão continuam a aprovar sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos e fornecido armas à Ucrânia.
22 de agosto 2022