Um estudo, no mínimo polémico, levado a cabo nos Estados Unidos, diz que ser mãe resulta num processo de envelhecimento de 11 anos para a mulher, por cada filho. Os dados indicam que a maternidade envelhece três vezes mais do que fumar e quase duas vezes mais do que a obesidade.
A conclusão do estudo da Universidade George Mason, no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, é que as alterações da maternidade são sentidas no ADN. Os efeitos no corpo da mulher vai mais além de alterações hormonais e mommy brain.
A investigação baseou-se num amostra de 1505 mulheres, com idades compreendidas entre os 20 e os 44 anos. A conclusão de precoce e dramático envelhecimento na vida de uma mãe foi suportada pela análise dos telómeros das amostras de sangue das participantes.
Os telómeros são as sequências repetitivas de ADN que existem nas extremidades dos cromossomas. A preservação destas sequências reduz o ritmo do envelhecimento. As participantes com filhos apresentavam um número de telómeros 4,2 por cento mais curtos do que as participantes sem crianças. O que significa que tinham menos 116 unidades de telómero a menos.
O ser humano perde cerca de dez unidades de telómero anualmente. Estes 116 equivalem então aos 11 anos de envelhecimento provocado pela maternidade. Das mais de 1500 participantes no estudo, 444 nunca tiveram filhos, e as alterações no ADN verificaram-se independentemente das diferenças de idade, peso e origens sócio-económicas.
Os responsáveis por esta investigação garantem ser necessária mais pesquisa sobre o assunto. Admitem que o stress causado pela gravidez, pela própria criança após o nascimento ataca diretamente os telómeros. Como não houve uma verificação do número de telómeros antes, durante e depois da gravidez não se pode tomar esta afirmação como facto.
É importante recordar que nos Estados Unidos, não existe a garantia de licença de maternidade de forma generalizada.
21 de outubro 2022