A Direção-Geral da Saúde (DGS) criou uma task force de “acompanhamento e atualização” do surto mundial de hepatite em crianças. A entidade gerida por Graça Freitas revelou também, em comunicado, que o caso suspeito em Portugal, de uma criança internada no Hospital de São João no Porto, tem um diagnóstico de gripe A.
A task force de acompanhamento à hepatite terá como missão acompanhar e atualizar a situação internacional e avaliar o risco a nível nacional. Terá também a responsabilidade de elaborar orientações técnicas para a deteção precoce de eventuais casos que venham a ser identificados no país.
A task force foi criada em articulação com o Programa Nacional para as Hepatites Virais e com a Sociedade Portuguesa de Pediatria.
A DGS adiantou ainda que o caso suspeito verificado, até ao momento, em Portugal, como uma situação de hepatite aguda numa criança, teve “evolução muito favorável, cujo quadro clínico e analítico não apresenta o perfil das hepatites de causa desconhecida descrito em alguns países”.
“A situação continua a ser avaliada. Entretanto, a criança tem um diagnóstico de gripe do subtipo A”, refere a DGS em comunicado. Como medidas de prevenção contra este surto, a DGS recomenda a higienização das mãos e a etiqueta respiratória.
A nível global já terão sido identificados quase duzentos casos de hepatite aguda pediátrica. Uma criança já morreu e dezenas de outras precisaram de transplantes do fígado.
Nas crianças afetadas não foi detetado nenhum dos vírus que costumam causar as hepatites A, B, C, D e E. As formas mais frequentes nas crianças são a hepatite A e a E pois são principalmente de transmissão fecal-oral.
O adenovírus não está normalmente associado a inflamações hepáticas, mas sob investigaçao está uma possível mutação do vírus. A pandemia poderá também ter tido alguma influência, uma vez que que os confinamentos sucessivos e outras restrições acabaram por resguardar as crianças.
29 de abril 2022