Um transplante renal tão bem-sucedido que o corpo aceita o novo órgão como se fosse parte dele desde sempre. É este o caso de Aditi Shankar, uma menina de 8 anos, que recebeu um tratamento pioneiro que permite que não seja necessária a administração de medicamentos para impedir a rejeição do novo rim.
Todos os doentes transplantados são medicados neste sentido, para que o corpo não rejeite o órgão doado e o impeça de executar a sua função. Este tratamento pioneiro foi aplicado a Aditi Shankar no Reino Unido, e consistiu numa reprogramação do sistema imunológico, após um transplante de células-tronco. O seu corpo aceitou um rim de um doador como se fosse o seu, evitando assim que a menina tomasse medicamentos anti-rejeição para o resto da vida.
Tanto a medula óssea como o rim vieram do mesmo doador, a mãe de Aditi. Stephen Marks, especialista em rins infantis e líder do programa de transplante renal no Hospital de Great Ormond Street, em Londres, garantiu que a menina “é a primeira paciente no Reino Unido que fez um transplante de rim que não necessita de medicação imunossupressora após a cirurgia”.
O especialista, com mais de 25 anos de carreira explicou que um mês após o transplante “conseguimos retirar toda a imunossupressão dela, o que significa que ela não sente os efeitos colaterais dos medicamentos“.
A menina de ascendência indiana consegue agora nadar, cantar, dançar e brincar na sua cama elástica normalmente, atividades que eram improváveis antes do transplante, quando passava grande parte do tempo no hospital para fazer diálise, um procedimento que remove resíduos e excesso de líquido do sangue quando os rins param de funcionar corretamente.
Aditi sofre de uma doença genética bastante rara chamada displasia imuno-óssea de Schimke, que afeta o sistema imunológico e os rins.
26 de setembro 2023