A UNICEF alertou para as consequências da Covid-19 para a educação, nutrição e bem-estar de crianças e adolescentes. O Fundo das Nações Unidas para a Infância avisou que a longo prazo, essas consequências vão ser notadas.
Henrietta Fore, diretora-executiva da UNICEF, garante que durante a pandemia, “tem havido um mito persistente de que as crianças quase não são afetadas pela doença. Nada poderia estar mais longe da verdade”.
O relatório divulgado durante a semana passada, concluiu que em 87 países com dados desagregados por idade, crianças e adolescentes “representavam uma em cada nove infeções por Covid-19”. O que representa 11% dos 24,7 milhões de infetados registados naqueles países.
Henrietta Fiore alertou que “Embora as crianças possam ficar doentes e espalhar a doença, essa é apenas a ponta do iceberg da pandemia. Interrupções em serviços essenciais e taxas de pobreza crescentes representam a maior ameaça”.
Na opinião da diretora-executiva da UNICEF, quanto mais a crise persistir, mais profundo vai ser o impacto na educação, saúde, nutrição e bem-estar de crianças e adolescentes.
O relatório defende que as escolas devem-se manter abertas, por considerar que os benefícios reais superam os custos. Visto que as crianças têm maior probabilidade de contrair o vírus fora do ambiente escolar, não se justifica o encerramento das escolas, muitas vezes o único espaço onde as crianças em situações precárias comem uma refeição nutritiva.
Em outubro, segundo a UNICEF, 265 milhões de crianças em todo o mundo estavam sem receber refeições escolares. O relatório destaca as interrupções em serviços essenciais como “saúde e sociais” representam para as crianças uma “ameaça mais séria”.
O documento alerta que em 140 países analisados, quase 50 relataram uma queda na cobertura de serviços de saúde, incluindo administração de vacinas e atendimento ambulatório.
A organização estima também que possam morrer cerca de dois milhões de crianças, caso existam interrupções graves nos serviços e que entre seis e sete milhões de crianças possam vir a sofrer de nanismo e desnutrição aguda.
23 de novembro 2020