Entre 2015 e 2018, o vírus sincicial respiratório (RSV) foi responsável pela hospitalização de mais de 26 mil crianças com infeção respiratória aguda. Este número representa 6,7% do total das hospitalizações de crianças até aos cinco anos, durante este período de tempo.
Em crianças com um ano de idade, o vírus sincicial é mesmo responsável por um número substancial de internamentos. “O RSV é responsável por um número substancial de internamentos em crianças, especialmente durante o seu primeiro ano de vida. As hospitalizações são principalmente motivadas por crianças saudáveis”, adianta um estudo financiado pela Sanofi e publicado na plataforma Wiley.
A investigação foi levada a cabo por um grupo de profissionais de saúde, tendo sido focada na carga e gravidade das hospitalizações resultantes deste vírus em Portugal. Os resultados suportam a necessidade de um sistema universal de vigilância para orientar as estratégias de prevenção.
Outra conclusão foi que as crianças com menos de dois anos de idade representaram 96,3% dos casos e que 67,1% das hospitalizações ocorreram nos primeiros seis meses de idade. Os custos médicos diretos totais das hospitalizações específicas por RSV foram de 7,1 milhões de euros entre 2015 e 2018, com um custo médio anual de 2,4 milhões de euros.
“Estima-se um custo anual de 2,4 milhões de euros para as hospitalizações específicas do RSV, maioritariamente impulsionadas por crianças anteriormente saudáveis e com menos de 2 anos. Estas estimativas podem ser apenas a ponta do icebergue, uma vez que só incluem custos diretos e não incluem doentes tratados no privado ou no ambiente ambulatório”, adiantam as conclusões.
Os surtos de infeção por vírus sincicial respiratório ocorrem sobretudo entre outubro e novembro, e entre abril e maio. O estudo adianta também que nascer antes ou durante a época epidémica parece aumentar o risco de internamento, mas as crianças nascidas durante os meses de verão também estão em risco.
Este vírus é a causa mais comum de doença das vias respiratórias inferiores até aos cinco anos de idade. Os sintomas mais comuns são tosse, secreções nasais e oculares, febre e dificuldades respiratórias
29 de novembro 2022