Quando surgem os primeiros sintomas de gravidez?
Na maioria dos casos, os primeiros sintomas de gravidez surgem aquando da implantação do óvulo fecundado no útero (os chamados sintomas de nidação), cerca de uma a duas semanas após a fecundação, o que equivale à terceira ou quarta semana de gestação calculada a partir do primeiro dia do último período menstrual.
Quando o óvulo é fecundado transforma-se em zigoto (primeira fase do embrião) e começa a sua viagem pela trompa de Falópio em direção ao útero. Após 6 a 12 dias, o embrião chega ao útero e fixa-se na sua parede. A partir da implantação (também designada nidação) verifica-se um aumento significativo de várias hormonas, nomeadamente estrogénio, progesterona, prolactina, hCG e testosterona, responsáveis pelos primeiros indícios de gestação. Nenhum sintoma que apareça antes pode ser atribuído a uma eventual gravidez, porque ainda não houve tempo para que o embrião produza mudanças no organismo da mãe.
Quais os primeiros sintomas da gravidez?
Os sinais característicos dos primeiros dias de gravidez são os mais difíceis de identificar, porque nenhum deles é exclusivo da gravidez; várias doenças ou condições podem provocar sintomas semelhantes.
Os sinais e sintomas aqui descritos podem indicar a presença de gestação em curso, mas de modo algum servem para confirmá-la ou descartá-la. Enquanto algumas mulheres apresentam apenas um ou dois sintomas, outras podem manifestar quase todos.
Pequeno sangramento vaginal
Um discreto sangramento vaginal, fruto da implantação do óvulo fecundado na mucosa uterina, costuma ser um dos primeiros sintomas da gravidez. Contudo, nem todas as mulheres apresentam este sinal. E muitas das mulheres que o apresentam, não o identificam como um sintoma de gravidez. Isto porque, como o sangramento de implantação pode durar até três dias, originar uma ligeira cólica abdominal e como habitualmente acontece próximo da altura em que é esperada a menstruação, algumas mulheres percebem-no como o período que veio fraco e não suspeitam que esse é o seu primeiro sinal de gravidez.
Atraso menstrual
Porque o sangramento de implantação é um sinal pouco frequente, na prática, um dos primeiros sintomas da gravidez em curso é o atraso menstrual. No entanto, este pode ser de difícil identificação, porque algumas mulheres têm ciclos menstruais irregulares e/ou anovulatórios, o que faz com que o intervalo entre as menstruações seja frequentemente maior que o habitual.
Refira-se ainda que o período pode atrasar por diversas razões que não uma gravidez, entre eles, stress, infeções, cansaço, alterações de peso, entre outras.
Cólicas e inchaço abdominal
A mulher em início de gestação pode sentir algum desconforto na parte inferior do abdómen, como que um peso ou uma sensação de inchaço na barriga. Isto deve-se ao aumento do fluxo sanguíneo e ocorre como preparação do corpo para suportar o crescimento uterino. A partir das 7 semanas de gestação, a parte inferior do abdómen (abaixo do umbigo) começa a ficar dura.
Mamas doloridas e inchadas
Outro sintoma característico da gravidez é o aumento da sensibilidade mamária. Este aumento de sensibilidade pode surgir precocemente, apenas duas ou três semanas após a fecundação. Frequentemente, o simples ato de vestir e despir o soutien pode revelar-se muito incómodo.
Além da sensibilidade mamária, as grávidas experimentam também um aumento de volume das mamas, causado pelas alterações hormonais que estimulam o desenvolvimento das glândulas mamárias, preparando-as para a amamentação. Esta sensação de inchaço é, normalmente, sentida posteriormente à sensibilidade.
Essas mesmas hormonas provocam também uma alteração na aparência mamária: escurecimento dos mamilos, veias mais salientes e aparecimento de pequenos nódulos nas aréolas, designados tubérculos de Montgomery. Estes nódulos são glândulas que produzem secreções que mantêm a aréola e o mamilo lubricados. À medida que a mama cresce ao longo da gravidez, os tubérculos ficam cada vez mais percetíveis.
Cansaço e sonolência
As alterações hormonais são também responsáveis pela fadiga e pela sonolência, tão próprias da fase inaugural da gestação. Também é comum, a grávida sentir uma sensação de cansaço desproporcional às suas atividades diárias, bem como, um aumento do sono. Se já tem uma rotina cansativa, ela pode tornar-se exaustiva. Certamente, vai ter vontade de se deitar mais cedo e vai ter mais dificuldade em se levantar de manhã.
Náuseas, vómitos e salivação
Náuseas e vómitos são também dos primeiros sintomas da gravidez, e dos mais conhecidos. Os enjoos surgem geralmente a partir das 6 semanas de gestação e podem durar toda a gravidez, embora, na maioria dos casos, melhorem a partir das 12 semanas de gestação.
Frequentemente os enjoos aparecem e desaparecem sem que a mulher vomite (sobretudo durante a manhã). Contudo, estes podem ser acompanhados por vómitos. Algumas gestantes têm náuseas de tal forma intensas que não conseguem sequer alimentar-se (hiperemese gravídica).
Associado a estes sintomas, pode também verificar-se um excesso de salivação que, normalmente, diminui quando os enjoos melhoram.
Prisão de ventre
O aumento da progesterona faz com que alguns órgãos e tecidos do corpo fiquem mais “relaxados”. Entre esses órgãos estão os intestinos que, pela diminuição da sua capacidade de contração, têm mais dificuldade de manter o trânsito intestinal normal.
Vontade frequente de urinar
Por volta da 6ª semana de gravidez, a mulher começa a sentir vontade de urinar com maior frequência. Mais “relaxada” devido à progesterona, a bexiga perde parte da capacidade de se esvaziar completamente.
No final da gestação, a vontade frequente de urinar deve-se à compressão que o feto faz na bexiga, reduzindo a sua capacidade de armazenamento.
Ligeira dor de cabeça
Dor de cabeça leve e persistente é também um sintoma comum na gravidez. Esta é explicada pela distensão dos vasos sanguíneos e pelas alterações do fluxo sanguíneo cerebral. O stress e o cansaço também contribuem.
Desejos, aversões e alterações do paladar e do olfato
Nas primeiras semanas de gravidez, é comum a mulher sentir desejo por certos alimentos, bem como ficar enjoada com determinadas comidas e/ou cheiros.
Não raras vezes, o paladar e o olfato sofrem alterações. Os doces passam a ser demasiado doces ou o café que tanto gostava apresenta agora um sabor esquisito. Também os odores que passavam despercebidos ou que não incomodavam podem tornam-se intoleráveis.
Também os cheiros intensos, mesmo que agradáveis, podem provocar repulsa na grávida, podendo mesmo desencadear o vómito.
Variações de humor
Durante toda a gestação, a mulher pode perceber algumas variações de humor sem causa aparente. Isso deve-se às alterações hormonais que provocam um desequilíbrio nos níveis dos neurotransmissores, deixando o humor mais instável.
Tonturas
Essas mesmas hormonas são responsáveis por diversas mudanças no organismo da mulher que podem provocar tonturas: redução dos níveis de açúcar no sangue, queda da pressão arterial, aumento da frequência respiratória, alimentação insuficiente devido às náuseas, anemia…
Eliminação frequente de gases
Nas primeiras semanas de gravidez, algumas mulheres experimentam uma maior necessidade de expulsar os gases, quer do estômago quer do intestino.
Corrimento vaginal
A intensificação do corrimento vaginal é um indício usual na gravidez. Genericamente, esse corrimento é igual ao corrimento fisiológico da mulher, podendo ser espesso, leitoso ou transparente e sem odor.
Acne
As alterações hormonais podem fazer com que algumas grávidas vejam aumentada a oleosidade da sua pele e, por isso, desenvolvam acne ou apresentem agravamento do que já possuíam antes.