Candidíase: tudo o que precisa saber. Normalmente associamos o termo candidíase a uma infeção vaginal que ocorre nas mulheres ou na garganta, mas este universo é bem mais vasto. Vamos procurar esclarecer tudo sobre a candidíase: o que a causa, que áreas do corpo afeta e quem é afetado.
O que é uma candidíase?
A candidíase é uma infeção causada por um fungo conhecido como Candida. O tipo de Candida mais comum é o Candida albicans. Este fungo vive normalmente nas partes quentes do corpo, na pele ou no interior do organismo, como a boca e intestinos. Muitas pessoas desconhecem que têm o fungo pois muitas vezes este não se manifesta.
No entanto, em determinadas circunstâncias, como debilidade do organismo, o fungo Candida pode provocar infeções em praticamente todo o corpo. É por isso, considerado um fungo oportunista.
Efetivamente, se quando Candida prolifera de forma descontrolada, provoca infeções na boca e garganta, vulva, vagina, pénis ou mesmo em órgãos internos e corrente sanguínea.
Os bebés poderão também ser afetados pelo fungo. Nos casos de eritema da fralda não tratado durante mais de 3 dias, pode ocorrer infeção por Candida, transformando-se num Eritema da Fralda por Candida.
Que tipos existem?
A candidíase, como vimos, pode afetar qualquer parte do organismo, principalmente:
Candidíase oral:
Afeta a boca, garganta ou laringe
Candidíase genital:
Ocorre na vulva, vagina ou pénis
Candidíase ocular:
Afeta a área dos olhos
Candidíase cutânea:
Ocorre na pele, principalmente nas pregas cutâneas, ou seja zonas onde duas secções de pele entram em contacto
Candidíase invasiva:
Situação em que a vírus entra na corrente sanguínea ou afeta órgãos internos como coração, rins ou cérebro.
Quais são os fatores de risco para uma candidíase?
Como dissemos acima, o fungo Candida pode viver de forma inofensiva no nosso organismo. Contudo em certas circunstâncias pode proliferar de forma descontrolada, causando infeções. Existem circunstâncias que favorecem essa proliferação do fungo nas várias partes do organismo:
- Doenças que debilitem o sistema imunitário, como a diabetes, VIH/SIDA
- Uso de anticoncecionais
- Gravidez
- Período menstrual
- Menopausa
- Toma de antibióticos, corticoides ou outros medicamentos que comprometam o sistema imunitário
- Uso de roupa interior apertada ou de materiais sintéticos
- Má higiene das zonas íntimas
- Troca não frequente da fralda do bebé (ou de adultos incontinentes)
- Uso de dentadura
Sintomas
Os sintomas da candidíase dependem da localização da infeção:
Candidíase oral
- Placas brancas no interior da boca, na área (interna) das bochechas, língua, céu da boca e garganta
- Perda do paladar
- Dor ao mastigar e ao engolir
- Inflamação das áreas afetadas
- Cantos da boca vermelhos e com lesões
Os pacientes com HIV/SIDA são particularmente propensos à candidíase na laringe.
Candidíase genital
Vagina:
- Corrimento branco com aspeto de requeijão
- Inchaço e/ou vermelhidão na zona da vulva e vagina
- Comichão na vulva e vagina
- Sensação de ardor ou dor ao urinar ou durante as relações sexuais
A candidíase vaginal (ou vulvovaginal) é muito comum. Calcula-se que cerca de 75% das mulheres tenham pelo menos um episódio de candidíase vaginal ao longo da vida. A espécie Candida albicans causa até 90% dos casos.
Pénis:
- Vermelhidão na pele da zona afetada
- Comichão
- Sensação de ardor que aumenta a urinar ou durante as relações sexuais
- O prepúcio pode inchar e apresentar um corrimento branco semelhante a requeijão
A candidíase genital masculina é mais rara e afeta normalmente a glande (cabeça do pénis) .
Candidíase ocular (endoftalmite)
- Sensibilidade à luz
- Visão turva
- Dor ocular
Este tipo de infeção fúngica pode surgir após uma cirurgia aos olhos ou trauma.
Candidíase cutânea
- Inflamação e/ou vermelhidão das zonas afetadas
- Pode surgir comichão ou dor
As zonas particularmente afetadas pela candidíase cutânea são as regiões mais húmidas e quentes do corpo. Estas incluem as pregas das virilhas, secções entre os dedos, escroto, axilas e zona por baixo das mamas.
Candidíase invasiva:
Os sintomas aqui variam, dependendo do órgão afetado: coração, cérebro, rins, pulmões, baço, etc. A candidíase invasiva é considerada um caso grave pois ocorre principalmente em doentes com o sistema imunológico debilitado e em doentes hospitalizadas.
Adicionalmente, esta é uma das infeções mais comuns contraídas durante uma hospitalização.
Existe ainda o caso em que a infeção pode ainda atingir a corrente sanguínea, sendo este caso conhecido como candidémia.
Tratamento
Considerando que este tipo de infeção fúngica pode afetar qualquer parte do corpo, incluindo os órgãos internos, o tratamento irá ser de acordo com a área afetada.
Para os casos mais simples e superficiais, podem ser usadas pomadas antifúngicas ou comprimidos vaginais. Este será o caso de uma grande parte das candidíases genitais e cutâneas.
A candidíase oral poderá ser tratada com uma solução antifúngica para gargarejo.
Os casos de candidíase mais graves, nomeadamente a candidíase generalizada, são tratados também com antifúngicos. Contudo nestes casos a medicação é administrada por via oral ou intravenosa.
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.
Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.