Pela primeira vez na história da medicina, uma equipa de médicos conseguiu transplantar, com sucesso, um coração que tinha parado de bater, numa criança. Este transplante de um coração “ressuscitado” aconteceu no Reino Unido.
Até este momento, os transplantes deste órgão vital eram apenas feitos com corações de pacientes em morte cerebral. Ou seja, o coração ainda está a bater, apesar de ser incapaz de sobreviver sem o suporte artificial de vida.
Seis doentes com menos de 18 anos já foram tratados com recurso a este tipo de transplante, que ocorreu no Royal Papworth Hospital, em Cambridge, no Reino Unido.
O avanço da ciência está a dar nova esperança de vida a muitos pacientes. Para o transplante do coração “ressuscitado”, os especialistas recorrem a uma máquina inovadora, que ajuda o coração a bater novamente, recriando as suas funções dentro do corpo humano.
Através desta máquina, será possível expandir a lista de dadores compatíveis para transplantes de coração.
A primeira doente a ser submetida à cirurgia de transplante mediante esta técnica foi Anna Hadley, com 16 anos, há cerca de dois à espera de transplante. Freya Heddington, de 14 anos, também fez parte do grupo de crianças a receber o transplante.
Em declarações ao jornal britânico The Sunday Times, as duas adolescentes destacaram como se sentem melhor nas atividades do quotidiana e como conseguem voltar a fazer atividades físicas sem se cansarem. Anna destacou poder voltar a jogar hóquei como antigamente e como um novo coração lhes trouxe uma nova oportunidade para viver.
Freya Heddington havia sido diagnosticada com cardiomiopatia restritiva, uma condição que a impediu de viver uma infância normal. Também em declarações ao Sunday Times a mãe da jovem aconselhou outros pais a não perderem a esperança de os seus filhos passarem pela cirurgia revolucionária.
22 de fevereiro 2021