No dia em que recomeçam as aulas do terceiro período do ano letivo e quando os 2º e 3º ciclos regressam às aula presenciais, a Direção-Geral de Saúde (DGS) lançou um conjunto de recomendações de nutrição para as famílias, no sentido de tornar as lancheiras das crianças mais saudáveis.
A entidade de saúde reconhece que os lanches que crianças e adolescentes costumam consumir nos intervalos têm pouquíssimo valor nutricional, um fator importante e essencial para um melhor rendimento escolar.
O dia de desconfinamento para os alunos dos 2º e 3º ciclos do ensino básico fica marcado por uma maior atenção dada aos alimentos contidos nas lancheiras de crianças e jovens para serem consumidos nos intervalos da manhã ou da tarde.
Este manual de recomendações de nutrição emitido pela DGS refere as alterações nas rotinas de muitas crianças e jovens por causa da pandemia. Acrescenta ainda que “menos atividade física e alterações no comportamento alimentar podem ser comportamentos promotores do ganho de peso ao longo deste período”.
Além disso, a alteração das rotinas das próprias escolas, “com implicações para o funcionamento dos bufetes escolares”, levou a que o local de muitas refeições também mudasse.
O manual de recomendações de nutrição para os mais jovens pede para que se tenha em conta o que é colocado nas lancheiras das crianças. Devem ser evitados “alimentos com pouco valor nutricional”, carregados de gordura, sal ou açúcar. A recomendação da DGE pretende incluir comida e bebidas, neste grupo.
Este documento destaca que os lanches representam 25% da ingestão diária energética de crianças e jovens, tendo um papel essencial no rendimento escolar. No guia conjunto com a Direção-Geral de Educação, dirigido aos pais, mas também a professores ou auxiliares, deixa algumas indicações no sentido de preparar lanches mais ricos nutricionalmente para crianças e jovens.
Recomendações de nutrição da DGS
A entidade de saúde começa por indicar que leite e derivados, fruta e cereais são os três grupos de alimentos que não podem faltar na lancheira. O primeiro grupo devido à fonte de cálcio e minerais que representam, devem ser consumidos sem excesso.
As recomendações detalhadas pela DGS pedem também para que se inclua fruta, “sobretudo a da época”, que é importante variar ao longo da semana. Os cereais devem ser pouco refinados, sendo que uma porção corresponde a cerca de 60 gramas de pão, que a DGS aconselha os pais a preferirem do de mistura.
Apesar de legumes e verduras não serem comuns nos lanches das crianças portuguesas, não deixaram de ser aconselhados. Tomate cherry ou cenoura em palitos são os exemplos dados para serem consumidos ao lanche, no manual de recomendações de nutrição.
Outros alimentos recomendados para o lanche das crianças são os frutos secos, como amêndoa, noz, avelã, pinhão, ou amendoim, que devem ser naturais e sem sal adicionado, consumidos com moderação. A água é a bebida essencial, que não pode faltar nas lancheiras dos estudantes portugueses.
A desidratação pode ser responsável por dores de cabeça e cansaço, que acaba por afetar a concentração, atenção e memória.
A DGS preparou uma checklist para ajudar pais e outros responsáveis na preparação do lanche. Consulte-a:
- Inclui produtos hortícolas (tomate, alface, cenoura ou couve roxa) nos lanches da tarde?
- Oferece fruta variada e da época nos lanches?
- Ao longo da semana varia a fruta e hortícolas?
- Inclui frutos gordos e oleaginosas (nozes ou amêndoas) nos lanches?
- Opta por pão de mistura?
- Inclui laticínios sem adição de açúcar nos lanches?
- Privilegia a água como bebida de eleição?
- Não inclui bebidas açucaradas como sumos de fruta, néctares ou refrigerantes?
- Lê os rótulos dos alimentos antes da compra?
05 de abril 2021