A Organização Mundial de Saúde (OMS), apelou aos países mais ricos para adiarem a vacinação de crianças e jovens, e doarem as doses ao mecanismo Covax, para que seja imunizados grupos de risco em países não desenvolvidos, que estão a passar por muitas dificuldades na obtenção de vacinas.
Sem mencionar nenhuma nação em específico, Tedros Ghebreyesus, o diretor-geral da OMS, disse entender “que esses países querem vacinar as suas crianças e os seus adolescentes, porém, encorajo estes países a reconsiderarem esta decisão e a doarem as suas vacinas ao Covax”. O responsável sublinhou que crianças e adolescentes são grupos de baixo risco.
Em Genebra, na sede da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus lembrou que ainda são muitas as regiões do mundo que estão a registar um aumento de casos de infeção por Covid-19, resultando num número elevado de mortes, especialmente entre os grupos de maior risco.
“A Covid-19 já levou mais de 3,3 milhões de vidas e estamos a caminho para que este ano de pandemia seja ainda mais letal do que o ano passado”, alertou o responsável, que disse ter sido vacinado durante a semana passada.
Tedros Ghebreyesus lembrou que muitos profissionais de saúde, que lutam contra a pandemia na linha da frente, ainda não estão vacinados, sendo sinónimo do “reflexo triste da grande distorção no acesso às vacinas”, situação que já havia previsto em janeiro. A doação de doses à Covax pode ser uma ajuda preciosa.
Além da Índia, o Nepal, Sri Lanka, Vietname, Camboja, Tailândia e Egipto, veem o número de casos a aumentar exponencialmente nas últimas semanas. Ao grupo juntam-se algumas regiões do continente americano, que representam já 40% do total mundial de mortes por Covid-19, na segunda semana de maio.
Esta semana, a FDA, entidade norte-americana de aprovação de medicamentos, anunciou que as crianças entre os 12 e os 15 anos já podem receber a vacina contra o SARS-CoV-2 da Pfizer, o que vai permitir a vacinação de milhares de estudantes antes do início do próximo ano letivo.
Alguns países europeus também aguardam sinal verde na Agência Europeia do Medicamento (EMA), para arrancar com a vacinação de jovens entre os 12 e os 15 anos, destacando-se a Alemanha.
17 de maio 2021