A linha telefónica “Crianças em Perigo” recebeu 2702 contactos, a denunciar situações graves ou muito graves. O alerta foi deixado por Rosário Farmhouse, presidente da Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens. A pandemia e confinamento agravaram a situação.
Em declarações à TSF, a responsável pela entidade que zela pela proteção de crianças e jovens, adiantou que foram recebidas 1006 denúncias (entre 19 de maio de 2020 e 14 de maio de 2021), às quais se juntam 1696 queixas feitas através do formulário online.
Rosário Farmhouse confirmou que todas as comunicações efetuadas tinham fundamento e resultaram na abertura de vários processos, endo que a maioria das queixas à linha “Crianças em Perigo”, foram feitas por adultos.
“Desde o início da linha até hoje recebemos mais de 1000 chamadas. São em concreto 1006 chamadas que recebemos. Significa que é uma linha que não existindo antes fazia muito falta. Também desenvolvemos uma nova ferramenta que desenvolvemos em tempos de pandemia (…) que é o formulário online através do nosso `site` e nesse recebemos 1696 comunicações de perigo através do formulário online”, explicou, em declarações à TSF.
As situações registadas pela linha “Crianças em Perigo” reúnem sobretudo ocorrências de violência física, psicológica e emocional, negligência e abandono. A presidente da Comissão salientou que o confinamento causado pela pandemia “trouxe consequências grandes” para os mais novos.
Segundo revelou, “as crianças estão sozinhas o dia inteiro, ninguém lhes está a prestar qualquer atenção. As crianças são muito pequenas. Todos os dias se ouvem gritos e humilhações, barulho que parece ser violência física”. As famílias que já estavam numa situação frágil, viram-na agravar-se.
Os mais novos também sofreram com o desemprego dos pais, ansiedade e vulnerabilidade em que muitas as famílias entraram. “São efeitos que vão permanecer no tempo e aos quais temos de estar todos muito atentos”, salientou.
O número da linha “Crianças em Perigo” é o 961231111 e o formulário está disponível no site da Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco.
18 de maio 2021