A Polícia Judiciária (PJ) recebeu cerca de mil participações de crianças e jovens até aos 18 anos, dados como desaparecidos em 2020. Segundo as autoridades, este é um número substancialmente mais baixo do que o registado em anos anteriores.
Os dados foram avançados por Carlos Farinha, diretor-nacional adjunto da Polícia Judiciária, num webinar realizado no âmbito do Dia Internacional da Criança Desaparecida (25 de maio). Foram reportados exatamente 1011 desaparecimentos e sendo o número menor do que em outros anos, Carlos Farinha considera que a pandemia de Covid-19 e suas consequências, contribuíram para tal.
Segundo o diretor-nacional adjunto da PJ, 868 jovens desaparecidos tinham entre os catorze e os dezassete anos, 90 tinham entre onze e os treze anos e 53 crianças tinham até dez anos.
O responsável sublinhou que, nestes números não estão todas as crianças e jovens desaparecidos em 2020 em Portugal, por faltarem os dados da Polícia de Segurança Pública e da GNR. Carlos Farinha defendeu um melhoramento dos dados estatísticos sobre crianças e jovens desaparecidos que existam no país. Uma base de dados conjunta seria uma solução possível.
O evento de que fez parte este webinar, foi organizado pela Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APCD). Também esteve presente no mesmo webinar a presidente do Instituto do Apoio à Criança (IAC), Dulce Rocha. A responsável chamou a atenção para os casos de grandes fenómenos que estão na origem do desaparecimento de crianças. Exemplos disso são a exploração sexual e o tráfico de seres humanos.
Dulce Rocha abordou também o que acontece a crianças e jovens vulneráveis que fogem de instituições ou famílias de acolhimento. A presidente do IAC considera que se deve investir na formação de profissionais, que participem o desaparecimento de qualquer criança, mesmo que exista a ideia de que possa regressar à instituição.
26 de maio 2021