A vacinação das crianças com menos de 12 anos parece ser a única resposta determinante ao combate à variante Delta da Covid-19. A Agência Europeia do Medicamento (EMA) continua a aguardar pedidos das farmacêuticas para aprovar a administração da vacina às faixas etárias mais jovens.
Em declarações à Agência Lusa, fonte do regulador europeu do medicamento disse que ainda não foi apresentada à EMA nenhum pedido de aprovação, sempre acompanhada por um plano de investigação pediátrica. Os ensaios clínicos pediátricos são geralmente estruturados para que uma vacina seja estudada primeiro em adolescentes, avançando progressivamente para crianças menores de 12 anos.
As duas vacinas com tecnologia RNA mensageiro (mRNA) que já foram aprovadas pela EMA, já podem ser administradas na União Europeia, em adolescentes com mais de 12 anos. Estas incluem a vacina da Pfizer/BioNTech e a da Moderna.
Marco Cavaleri, especialista da EMA, diz esperar que os primeiros dados para revisão do regulador comecem a chegar no outono. Com a vacinação das crianças, espera-se controlar a variante Delta, que tem causado um notório aumento das hospitalizações de jovens e crianças que ainda não estão vacinados.
Nos Estados Unidos, a associação nacional de pediatria pede a aprovação de uma vacina para menores de 12 anos, agora que se verifica que as crianças representam 14,3% do total de casos acumulados de infeção pelo novo coronavírus.
Em Portugal, dados recentes da Direção-Geral da Saúde indicam que a incidência de novas infeções nos jovens está a baixar, apesar de continuar a apresentar valores bastante elevados. Desde o início da pandemia, registaram-se cinco óbitos de crianças e jovens até aos 19 anos, num total de mais de 117 mil infeções, o que representa cerca de 11% do total de mais de um milhão de casos positivos notificados em todo o país.
O risco vacinação das crianças não é, segundo os especialistas, relevante para que essa inoculação não ocorra. Os benefícios são maiores, nomeadamente a redução da probabilidade de transmissão da doença a terceiros que sejam mais suscetíveis a doença grave.
A doença respiratória conta atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
13 de setembro 2021