O estudo “Portugal, Balanço Social 2021”, desenvolvido pela Nova School of Business and Economics, da Universidade Nova de Lisboa, indica que em relação à pobreza, as crianças continuam a ser o grupo mais vulnerável. Em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, a taxa de risco de exclusão social estava nos 20,4%.
São precisamente as crianças mais pobres que têm menos acesso à educação pré-escolar e menos condições para manter a aprendizagem à distância, sendo assim mais penalizadas.
O estudo em questão, com estas e outras conclusões sobre o efeito da pobreza em crianças, foi feito no âmbito de uma parceria com a Fundação La Caixa e BPI.
Tendo por base os dados, ainda preliminares, do Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos do Instituto Nacional de Estatística, é possível perceber que o número de crianças em risco de pobreza vai aumentar pelo segundo ano consecutivo: em 2020, eram já 20,4%, o que se explica pelo contexto familiar e laboral do mesmo.
O crescimento da pobreza verificou-se também especificamente nas famílias com crianças a cargo, em praticamente 3%. Os agregados monoparentais continuam a ser os mais castigados.
O estudo indica também que “nos anos que antecedem a escolaridade obrigatória, o rendimento da família está relacionado com a frequência da creche e pré-escolar – quase 7 em cada 10 crianças pobres não tem acesso a creche e, entre os 4 e os 7 anos, as mais pobres são as que menos frequentam o pré-escolar”.
Susana Peralta, uma das investigadoras destacou também o impacto negativo do ensino à distância nestes casos, “porque a presença de uma criança na família pode levar a criança à pobreza”.
O Governo pretende tornar a frequência do ensino pré-escolar obrigatória, como medida da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza. O executivo entende e transmite a mensagem de que a escola deve ser um pilar na sinalização das situações de carência.
19 de janeiro 2022