Uma imagem que vai marcar a história deste conflito e do anos de 2022. A cidade ucraniana de Lviv comolou 109 carrinhos de bebé na Praça Rynok, no final da semana passada. Os carrinhos estão vazios, representando as mais de 100 crianças que já perderam a vida desde o início da invasão russa à Ucrânia.
A imagem dos carrinhos de bebé vazios, sem as crianças que os ocupariam caso não tivesse havido invasão, foi partilhada pelo presidente da câmara municipal da cidade, Andriy Sadovyi, que também recorreu ao Facebook para pedir que seja criada a zona de exclusão aérea na Ucrânia.
De acordo com o governo ucraniano, a maioria das vítimas civis morre devido a bombardeamentos aéreos. “Este é o terrível preço da guerra que a Ucrânia está a pagar hoje. Instamos todos os adultos do mundo a protegerem as crianças ucranianas e a dar-lhes um futuro”, escreveu o autarca de Lviv.
As pessoas que passavam pela praça foram partilhando fotografias da instalação com o hashtag #closethesky (em português, fechem o céu). “Protejam as crianças ucranianas e o céu ucraniano!”, pediu Sadovyi.
Lviv tem sido um dos poucos redutos que mantém algum nível de segurança, onde centenas de milhares de pessoas têm chegado, em fuga de outras partes do país.
Desde o início do conflito na Ucrânia, a 24 de fevereiro, as Nações Unidas estimam que cerca de milhão e meio de crianças ucranianas são agora refugiadas. São mais de 70 mil por dia, o que representa mais de 50 por minuto.
Estes números foram avançados pelo porta-voz da UNICEF, Jamies Elder. A agência das Nações Unidas para a Infância tem vindo a denunciar a grave crise humanitária causada pela guerra na Ucrânia, que continua a ser devastada pela ofensiva russa.
Segundo James Elder, crianças estão a “a ser mortas, feridas e profundamente traumatizadas por causa de toda a violência devastadora à sua volta”. 7,5 milhões de menores ucranianos vêm a sua vida ameaçada por este conflito.
21 de março 2022
Imagem: AFP