O Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou para o papel da chamada varíola dos macacos em grupos vulneráveis, nos quais se incluem crianças e mulheres grávidas. Já foram detetados cerca de 5000 casos, um pouco por todo o mundo, o que leva a organização a estar preocupada com uma transmissão sustentada que pode afetar grupos de alto risco.
A mensagem transmitida por Tedros Ghebreyesus, diretor da OMS, coincide com a deteção do primeiro caso de varíola dos macacos em Espanha, numa criança de 3 anos. Na Europa, também já foram confirmados casos pediátricos no Reino Unido, França e Países Baixos.
Quique Bassat, epidemiologista no Instituto de Saúde Global de Barcelona, considera que é provável que as crianças permaneçam num grupo minoritário da infeção, que é mais incidente em homens adultos. Ainda assim, “desde que a gravidade dos casos não mude, estamos perante uma situação expectável. Se a transmissão neste grupo se agravar, também muda o ‘sentido de jogo'”.
Um grupo de especialistas da OMS tomou uma posição contra a declaração de uma “emergência de saúde pública de interesse internacional” por causa da varíola dos macacos. A classificação é o nível de alerta mais alto concedido pela OMS e foi usada apenas seis vezes até hoje, incluindo a pandemia de Covid-19.
Estudos sugerem que a transmissão desta infeção se realiza por contacto estreito. Este conceito é muito amplo, o contágio ocorre pelo contacto com o líquido das lesões e pode ser através de objetos, roupas, roupa de cama ou qualquer toque, se a pele tiver feridas abertas.
Em África existem duas variantes da varíola dos macacos: a da África Ocidental, com uma taxa de mortalidade de 1%, e da África Central, com uma taxa de 10%. A primeira destas variantes é a responsável pelos casos registados na Europa.
8 de julho 2022