As pernas inquietas são um sintoma relativamente vulgar na gestação e que tende a desaparecer após o parto. A síndrome das pernas inquietas aparece com maior frequência no 3º trimestre da gravidez.
A síndrome das pernas inquietas é uma sensação de desassossego e de formigueiro nos pés e/ou nas pernas que pode interferir na qualidade do sono uma vez que é mais comum à noite. Ainda assim, este desconforto também pode aparecer ao fim da tarde ou em qualquer altura do dia em que esteja deitada ou sentada.
Síndrome das pernas inquietas
O que é a síndrome das pernas inquietas?
É uma doença neurológica caraterizada por uma sensação de inquietação e vontade irresistível de movimentar os membros inferiores (as pernas).
Normalmente, agrava ao fim do dia e prolonga-se noite dentro. Surge mais frequentemente em períodos de descanso ou inatividade.
As pernas são geralmente as mais atingidas. Mas, raramente, pode também surgir noutras partes do corpo: braços ou face.
Causas da síndrome das pernas inquietas (Síndroma de Ekbom)
A causa da síndrome das pernas inquietas não é totalmente conhecida. É uma doença provocada por alterações do sistema nervoso central.
Acredita-se que exista principalmente uma disfunção a nível do sistema dopaminérgico cerebral e deficiências de ferro (anemia) em algumas localizações cerebrais.
Como é possível que a alimentação, o stress e outros fatores ambientais contribuam para o problema, pode ser útil rever a sua dieta e os hábitos diários para diminuir os sintomas.
Sintomas da síndrome das pernas inquietas
A síndrome das pernas inquietas manifesta-se por sensações desagradáveis como inquietação, formigueiro, dores ou queimadura nos membros inferiores.
Tipicamente aliviam com o movimento, obrigando o paciente a caminhar na tentativa de aliviar os sintomas. Estes sintomas são agravados pelo repouso e assim pioram frequentemente quando se está em situações de inatividade: cinema, conferencias, viagens de comboio ou de avião, por exemplo.
As sensações podem manter-se durante horas, dificultando o adormecimento, que é adiado para horas de maior alívio. Pode também surgir durante a noite e obrigar o paciente a levanta-se e caminhar, interrompendo o sono.
Os doentes procuram o médico geralmente com queixas de insónia ou pelas consequências da privação de sono que a síndrome das pernas inquietas acarreta: sonolência diurna, queixas cognitivas – alteração da memória, atenção, etc. – e alterações de humor.
Diagnóstico da síndrome das pernas inquietas
A síndrome das pernas inquietas associa-se em muitos doentes a movimentos involuntários das pernas durante o sono, chamados movimentos periódicos do sono.
O diagnóstico da síndrome das pernas inquietas é feito através de uma criteriosa história clínica assente em quatro critérios de diagnóstico.
Assim o paciente deverá ter:
- Uma vontade incontrolável em mexer as pernas acompanhada por uma sensação de incómodo ou inquietação.
- Esta sensação deverá agravar-se durante períodos de descanso ou inatividade (por exemplo sentado ou deitado).
- Estes sintomas deverão ser parcial ou totalmente aliviados pelo movimento.
- Esta sensação ou necessidade de movimento deverá só ocorrer ou piorar ao fim do dia ou da noite.
Como prevenir e aliviar o desconforto
- Beber muita água (recomendação entre 2 a 3 litros por dia);
- Consumir alimentos ricos em cálcio;
- Fazer uma alimentação saudável, que respeite as necessidades nutricionais na gravidez;
- Consumir alimentos ricos em ferro ou fazer a suplementação deste mineral;
- Usar meias de descanso / elásticas para facilitar a circulação e o retorno do sangue das pernas para o coração;
- Descansar com as pernas elevadas;
- Fazer exercícios de alongamento das pernas;
- Andar e caminhar todos os dias (cerca de 30 minutos);
- Massajar as pernas à noite com óleo de alfazema, com movimentos circulares, dos pés às virilha.
Experimente dormir de lado, de preferência do lado esquerdo, com uma perna cruzada por cima da outra e uma almofada entre elas. Esta posição possibilita o máximo afluxo de sangue e de nutrientes à placenta e a função renal o que reduz o inchaço dos tornozelos, pés e mãos.
Tratamento
Uma vez que as causas não são totalmente conhecidas, atua-se no sentido de diminuir os sintomas de desconforto e fazer análises ao sangue para diagnóstico de falta de ferro, por exemplo.
A adaptação da dieta, a introdução de ajustes ao estilo de vida e a prática de técnicas de relaxamento como ioga, acupuntura ou meditação, são algumas das práticas que podem ajudar a diminuir o stress e a ansiedade.
Durante a gravidez não se aconselha a toma de medicação para controlar este incómodo. Informe-se com o seu médico antes de experimentar algum tipo de tratamento que possa influir sobre a gravidez.
O tratamento da síndrome das pernas inquietas assenta em medidas não farmacológicas e medidas farmacológicas. Geralmente, a síndrome das pernas inquietas é uma situação crónica, pelo que o tratamento terá que ser mantido toda a vida.