Os dados divulgados na quinta-feira pelo Eurostat revelam que cerca de uma em cada quatro crianças portuguesas vivia, em 2021, em situação de pobreza ou exclusão social. Falamos de menores de 18 anos, que representam 23% das crianças portuguesas.
Além de se conhecerem estes dados, o relatório do Eurostat revelou também que os países com maior percentagem de crianças em risco de pobreza e exclusão social são a Roménia (41,5%), Espanha (33,4%) e Bulgária (33%).
O valor registado em Portugal de crianças em risco de pobreza e exclusão social, de 22,9%, está abaixo da média da União Europeia, que se encontra em 24,4%. De acordo com o Eurostat, serviço de estatística da União Europeia, a pobreza e a exclusão social abrangem ainda 22,5% das pessoas acima dos 18 anos, com a média da UE a registar um valor aquém do de Portugal (21,1%).
Do outro lado da barricada, os países com menos menores em risco de pobreza são a Eslovénia (11%), Finlândia (13,2%) e República Checa (13,3%). O Eurostat acrescenta que as crianças que crescem em situação de pobreza e exclusão social têm maior dificuldade em obter bons resultados escolares, em ser saudáveis e a compreender o seu potencial no futuro. Correm ainda maior risco de desemprego, pobreza e exclusão social quando chegam à idade adulta.
Em janeiro, o estudo “Portugal, Balanço Social 2021”, desenvolvido pela Nova School of Business and Economics, da Universidade Nova de Lisboa, indica que em relação à pobreza, as crianças portuguesas continuam a ser o grupo mais vulnerável. Em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, a taxa de risco de exclusão social estava nos 20,4%.
O estudo revelou também que “nos anos que antecedem a escolaridade obrigatória, o rendimento da família está relacionado com a frequência da creche e pré-escolar – quase 7 em cada 10 crianças pobres não tem acesso a creche e, entre os 4 e os 7 anos, as mais pobres são as que menos frequentam o pré-escolar”.
28 de outubro 2022