Um recente estudo nacional revelou que o tempo médio de brincadeira diário, tem vindo a diminuir durante os últimos quatro anos. Entre 2018 e 2022, a redução do tempo médio de brincadeira foi de cerca de duas horas.
O estudo, divulgado hoje e que recebeu o nome Portugal a Brincar II – 2022, tem como base um inquérito feito a mais de 1600 famílias com crianças até aos 10 anos, tendo sido elaborado pela Escola Superior de Educação de Coimbra, em parceria com o Instituto de Apoio à Criança e a Estrelas & Ouriços.
Ainda que a maior parte dos inquiridos (50,9%) tenha considerado o tempo de brincadeira diário importante, para estimular a imaginação e criatividade das crianças, o tempo médio diário atual dedicado a brincar está entre as duas e três horas.
Foi esta a resposta mais comum, que reuniu 27,4% das respostas. Em 2018, quando foi publicado um estudo semelhante, o segundo lugar era ocupado pela resposta “mais de cinco horas”. Em 2022 fica-se por “uma a duas horas”.
É interessante verificar que a maioria dos inquiridos considera que as crianças não brincam tempo suficiente. 17,3% das pessoas inquiridas consideram que brincar é uma atividade importante porque promove o desenvolvimento emocional da criança. Já 11,6% destacam o desenvolvimento das atividades cognitivas e 9,7% escolheram a opção “momento de diversão“.
O estudo feito há quatro anos, com uma amostra semelhante, revelou que mais de 30% dos inquiridos consideraram que o tempo de brincadeira era importante para o desenvolvimento emocional das crianças.
A amostra do estudo é maioritariamente composta por agregados de classe média e cerca de 70% dos questionados tinha licenciatura ou mestrado. 85,5% afirmaram ser casados ou viver em união de facto e 91,4% são mulheres.
No inquérito, a casa destacou-se como sendo o local onde mais de brinca, 70,4% do tempo, seguida dos espaços públicos ao ar livre com 9,2%. Os resultados dos inquéritos de 2018 e de 2022 indicam que as crianças passaram a brincar menos com outras crianças da mesma idade e mais com os irmãos e com os pais.
Os resultados do estudo estarão em debate na conferência “Como brincam hoje as crianças em Portugal”.
24 de novembro 2022