Beijar os bebés é um sinal de afeto e de amor. No entanto, beijar o recém-nascido ou o bebé na boca é desaconselhado pelos especialistas.
As opiniões dividem-se: alguns pais consideram que beijar o bebé nos lábios é apenas uma demonstração de amor. Outros acham esse ato socialmente inadequado e mesmo pouco higiénico.
Beijar o bebé na boca, sim ou não?
Para os especialistas não há dúvidas: beijar o recém-nascido, o bebé ou crianças mais crescidas na boca deve ser evitado não só para proteger a sua saúde mas também por questões comportamentais e sociais.
Para além disso, há inumeras formas de demonstrar afeto como dar colo, fazer miminhos, dar atenção ou brincar com a criança.
Proteger a saúde do bebé
O frágil sistema imonulógico do recém-nascido e do bebé
Quando nasce, o sistema imunológico do bebé ainda é imaturo e, por isso, não está completamente desenvolvido.
O contacto com o meio ambiente e o leite materno, rico em nutrientes e componentes protetores, ajudarão o bebé a reforçar o seu sistema imunológico. Gradualmente e por etapas, a criança adquire anticorpos que a ajudam a combater e a resistir a infeções.
Contágio pelo vírus do herpes
O hábito de beijar o recém-nascido é uma importante forma de contágio devido ao contacto da pele ou mucosas do bebé com a pele ou substâncias do adulto infetadas pelo vírus.
A saliva e a boca do adulto, mesmo que a pessoa seja muito rigorosa com a sua higiene oral, podem transmitir não só o vírus do herpes como bactérias, fungos (como a candidíase oral), micoses e outras doenças.
A infeção com o vírus do herpes não tem cura e o vírus pode permancer inativo até ser reativado por stress, cansaço, outras infeções ou fatores ambientais como sol forte ou vento. Assim, mesmo que a pessoa não saiba que é portadora do vírus, existe sempre a possibilidade de infetar outra pessoa através do beijo ou do toque.
Da mesma forma, é recomendado não misturar os utensílios usados na alimentação do bebé com os da restante família nos primeiros meses de vida.
A intimidade e a formação da identidade de género
O beijo na boca é um sinal de afeto mas também tem uma forte conotação sexual. É a forma como os pais expressam o amor que os une e os filhos rapidamente compreendem que é uma forma íntima de contacto.
A partir dos dois anos e meio, três anos, a criança começa a desenvolver a identidade de género e a diferenciar as meninas dos meninos.
Quando a criança está habituada a beijar os pais na boca, pode ter o mesmo comportamento com os amigos da creche/escola e isso causar desconforto e não ser bem aceite pelos pares.
Da mesma forma, é importante que a criança compreenda que nunca deve permitir, que não é normal e que deve dizer sempre aos pais se alguém estranho a beijar ou tentar beijar na boca.
A partir dos 3 anos, pais e filhos devem ter o seu espaço. Isto incluí a criança ter o seu próprio quarto para dormir, tomar banho apenas com a ajuda do pai/mãe mas sem tomarem banho juntos ou dar beijos na boca.
Quando ir ao médico
Os sintomas abaixo são motivo para suspeita de doença como a candidíase oral ou o herpes e devem levá-la a procurar ajuda médica:
- O seu filho mostrar-se incomodado com comichão ou sensação de formigueiro em volta dos lábios;
- Aparecem bolhas cheias de líquido nos lábios ou nos cantos da boca que podem ser dolorosas ou provocar comichão;
- Aparecem feridas nos lábios ou à sua volta;
- Aparecem manchas amareladas que saem quando são raspadas e deixam uma mancha vermelha que pode sangrar;
- Se o bebé se baba ou tem dificuldade em alimentar-se devido a dor;
- Aparecem manchas brancas no interior das bochechas, no céu da boca, nas gengivas ou na língua;
- Se suspeita que algum adulto que beijou o seu filho tem herpes labial.