A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou um alerta global a todos os países, para que previnam, detetem e respondam a incidentes com medicamentos contaminados que envolvem crianças. O alerta surge depois de mais de 300 crianças terem morrido depois de tomarem xarope para a tosse, em três países diferentes.
Os incidentes com medicamentos contaminados, abaixo do padrão de qualidade, ou até falsificados, têm ocorrido com crianças com menos de cinco anos. “Os casos ocorreram em pelo menos sete países, associados a mais de 300 mortes em três desses países”, refere um comunicado da OMS.
Ao longo dos últimos quatro meses vários países relataram incidentes com xaropes para a tosse de venda livre, para crianças. Foi confirmada a contaminação com níveis elevados de dietilenoglicol (DEG) e etilenoglicol (GE).
Em comunicado, a DGS refere que “estes contaminantes são químicos tóxicos utilizados como solventes industriais e agentes anticongelantes que podem ser fatais mesmo em pequenas quantidades, e nunca devem ser encontrados em medicamentos”.
Com base em relatórios por cada país, a OMS lançou três alertas médicos globais abordando esses incidentes, tendo o primeiro sido emitido em outubro de 2022, centrado no surto na Gâmbia, o segundo em novembro focado na Indonésia e o terceiro a 11 de janeiro, centrado no Uzbequistão.
A OMS concluiu que estes incidentes não são isolados, e por isso apelou à ação urgente dos reguladores e governos para detetar e retirar de circulação nos respetivos mercados quaisquer produtos médicos de qualidade inferior que tenham sido identificados nos alertas médicos emitidos.
Pede ainda que seja assegurado que todos os produtos médicos nos respetivos mercados sejam aprovados para venda pelas autoridades competentes e obtidos junto de fornecedores licenciados.
A OMS pede que sejam impostas medidas como “aumentar a fiscalização do mercado, incluindo ensaios direcionados baseados no risco para produtos médicos lançados nos respetivos mercados, incluindo mercados informais, e promulgar e aplicar, se for caso disso e conforme adequado, leis e outras medidas legais relevantes para ajudar a combater o fabrico, distribuição e/ou utilização de medicamentos não conformes e falsificados”.
A entidade apelou também a que sejam mantidos registos precisos e completos da compra de materiais, testes, fabrico e distribuição de itens medicamentosos. É importante detetar qualquer sinal de falsificação de medicamentos.
25 de janeiro 2023