São muitos milhares de crianças que se encontram em risco, depois do devastador sismo e dezenas de réplicas que atingiram a Turquia e a Síria, esta segunda-feira. “As imagens que estamos a ver da Síria e da Turquia são arrebatadoras”, disse a diretora executiva da UNICEF, Catherine Russell, revelando especial preocupação com as baixas temperaturas que se fazem sentir na região.
“É provável que milhares de casas tenham sido destruídas, deslocando famílias e expondo-as aos elementos numa altura do ano em que as temperaturas descem regularmente abaixo de zero e a neve e a chuva gelada são comuns. Fortes tempestades de neve atingiram recentemente partes da Síria e da Turquia, estando previstas temperaturas negativas nos próximos dias”, referiu o Fundo das Nações Unidas para a Infância, em comunicado.
Já esta terça-feira, o número de mortos devido às consequências do forte sismo, está a ultrapassar os 4800, com vários milhares de desaparecidos ainda a serem procurados nos escombros. A UNICEF encontra-se já a trabalhar com as autoridades dos dois países em operações de busca e salvamento, assim como na resposta humanitária.
De acordo com a UNICEF, é muito provável que o sismo que afetou a Turquia, Síria e outros países adjacentes, tenha destruídos escolas, hospitais e outras instalações de saúde e de educação. É ainda impossível obter números concretos. Os potenciais danos nas estradas e infraestruturas críticas complicarão também os esforços de busca e salvamento e a resposta humanitária em geral.
O caso da Síria levanta ainda outras preocupações, já que as crianças sírias continuam a enfrentar uma das situações humanitárias mais complexas do mundo, com a UNICEF a frisar que a insegurança alimentar, a dependência de fontes de água imprópria para consumo e preocupações com os elevados níveis de abandono escolar tornam o atual cenário ainda mais dramático.
Este foi o sismo mais poderoso registado na Turquia desde 1939, e que pelo menos 78 tremores secundários foram relatados, seguidos por um segundo de magnitude 7,5. O sismo afetou fortemente o noroeste da Síria, onde 4,1 milhões de pessoas, a maioria mulheres e crianças, já contavam com assistência humanitária.
7 de fevereiro 2023