Voz e gravidez que relação? Este mês, mais propriamente no dia 16 de abril, celebrou-se o Dia Mundial da Voz. Desta forma, decidimos perceber que influências tem a gravidez nesta que é uma imagem de marca de cada um de nós. Pois não há duas pessoas com a voz igual, sendo tal e qual uma impressão digital.
Voz e gravidez que relação?
A voz e o último trimestre de gravidez
Alguns estudos revelam que no último trimestre de gravidez a voz sofre influências nos padrões fisiológicos e acústicos. Num estudo da Universidade de Aveiro foi possível constatar uma redução na mobilidade das pregas vocais o que causa desestabilização no timbre vocal que só foi recuperado depois do parto.
Durante o último trimestre da gravidez o fluxo de ar que circula é menor, o que dificulta a vibração e a tendência para a hiperfonação. Nestes últimos meses de gestação é necessário uma maior pressão subglótica para iniciar a vibração, fazendo com que a voz seja mais estável.
Estas diferenças são mais notórias nos profissionais da voz.
Sabemos que a voz altera com as modificações hormonais, e na gravidez existem muitas alterações…
Durante toda a gravidez existem alterações na produção de hormonas, nomeadamente de estrogénio e progesterona. Estas mudanças podem influenciar a voz das grávidas. Verifica-se:
- Mudanças posturais;
- Pregas vocais inchadas;
- Voz com falhas;
- Probabilidade de refluxo gastro esofágico;
- Vasos sanguíneos mais sensíveis nas pregas vocais;
- Capacidade respiratória diminuída;
- Ressonância nasal inadequada.
Avaliação médica
Aconselha-se a fazer avaliação por otorrinolaringologista se houver uma mudança repentina na voz após cantar, tossir ou espirrar, sentir dor ao falar ou cantar ou perda da capacidade de fazer escala vocal.
Voz e gravidez
Os inchaços ou inflamações estão relacionadas com a retenção de líquidos que as mulheres fazem, isto pode acontecer nas pregas vocais que ficam mais rijas e consequentemente menos flexíveis, não vibrando adequadamente.
As mudanças hormonais causam influência no funcionamento do esfíncter esofágico, não funcionando com a mesma capacidade de vedamento. Como a capacidade do estômago também é mais reduzida, é mais provável que aconteça regurgitação, sendo que os problemas de refluxo gastro esofágico causam irritação nas pregas vocais.
A gravidez faz com que os vasos sanguíneos se tornem mais dilatados nalgumas partes do corpo, podendo acontecer com as pregas vocais tornando-se mais suscetíveis a hemorragias.
Com o crescimento do embrião, o diafragma sobe, diminuindo a capacidade respiratória. Para produzir voz é necessário um bom suporte respiratório o que com a sua capacidade reduzida pode levar à fadiga vocal ou à dificuldade em sustentar notas.
A mucosa nasal também pode inflamar o que dificulta a capacidade de inalar através do nariz. Isto impede a ressonância na cavidade nasal, parecendo que a voz não tem “vitalidade”.