Infertilidade
O que é?
A infertilidade é uma doença do sistema reprodutivo que afeta uma das funções mais básicas do organismo: a conceção de um filho. A infertilidade do casal pode associar-se a fatores masculinos, femininos ou afetar os dois parceiros.
Engravidar exige a presença de várias condições favoráveis
Engravidar é um processo complicado que depende de muitos fatores:
- Saúde do esperma produzido pelo homem;
- Saúde dos óvulos libertados pela mulher;
- Saúde e anatomia das trompas de Falópio;
- Capacidade de o espermatozoide fertilizar o óvulo;
- O óvulo fertilizado (embrião) encontrar as condições necessárias para percorrer as trompas de Falópio e para se implantar com segurança no útero.
Para que a gravidez seja bem sucedida também é necessário que o embrião seja saudável e o ambiente hormonal da mulher adequado ao seu desenvolvimento.
Quando um ou mais destes fatores estão comprometidos, o casal pode ter mais dificuldade em conceber ou ser mesmo infértil.
Se a divisão celular do ovo não se der corretamente, se não existirem movimentos contrateis das paredes da trompa de Falópio (que empurram o ovo em direção ao útero) ou se existir algum processo inflamatório que interfira na correta divisão e no percurso do ovo até à cavidade uterina, a mulher acaba por menstruar sem se aperceber que houve fecundação.
Causas de infertilidade
A infertilidade pode afetar a mulher, o homem ou ambos os membros do casal. Algumas situações de infertilidade não têm causa conhecida. De forma genérica, são apontados os seguintes números a nível internacional:
- Por fatores masculino: cerca de 20% dos casos;
- Devido a fatores femininos: cerca de 30% dos casos;
- Infertilidade devida a combinação de fatores de ambos os parceiros: cerca de 30% dos casos;
- Resultante de fatores desconhecidos: cerca de 20% dos casos.
Fatores de infertilidade masculina
Entre os fatores de infertilidade masculina mais comuns incluem-se:
- Azoospermia obstrutiva (obstrução ou a ausência congénita dos canais genitais excretores);
- Azoospermia secretora (situação em que os testículos não produzem espermatozoides ou os produz em número insuficiente);
- Oligospermia (produção de número insuficiente de espermatozoides).
Por vezes, os espermatozoides têm deformações ou morrem antes de alcançar o óvulo, não chegando a fertilizá-lo. Em casos mais raros, a infertilidade masculina é causada por uma doença genética (como fibrose cística ou anomalia cromossómica).
Fatores de infertilidade feminina
Entre as causas de infertilidade feminina mais vulgares incluem-se:
- Distúrbios na ovulação (fator mais habitual de infertilidade na mulher);
- Bloqueio das trompas de Falópio (por doença inflamatória pélvica, endometriose, entre outras patologias);
- Anomalias congénitas (defeitos de nascimento) que envolvem a estrutura do sistema reprodutor feminino (trompas de Falópio, útero).
Quando procurar ajuda médica?
Geralmente, é recomendado procurar ajuda médica quando:
- A mulher tem menos de 35 anos de idade e não consegue engravidar após um ano de tentativa com relação sexual desprotegida;
- A mulher tem mais de 35 anos e não consegue engravidar ao fim de 6 meses com relação sexual desprotegida.
Diagnóstico de infertilidade
São realizados exames físicos a ambos os membros do casal para determinar o respetivo estado geral de saúde e avaliar possíveis distúrbios físicos que possam influenciar a capacidade de conceber.
Normalmente, ambos os parceiros são questionados sobre os seus hábitos sexuais, para que o médico consiga determinar se a relação sexual está a ocorrer de modo adequado para a conceção.
Se o exame físico não for conclusivo, são realizados testes mais específicos. Para as mulheres, estes incluem a análise da temperatura corporal e ovulação, exame às trompas de Falópio e útero.
Nos homens, os testes iniciais concentram-se na análise do sémen para exame do número, forma e movimento dos espermatozoides.
Tratamento
Cerca de 85 a 90% dos casos de infertilidade são tratados com terapias convencionais, como utilização de certos medicamentos ou reparação cirúrgica dos órgãos reprodutores.
Bibliografia: ASRM, American Society for Reproductive Medicine [visitado em 28 de abril de 2017]