A gravidez nas trompas é um tipo de gravidez ectópica, sendo assim designada quando o embrião não desce até ao útero e se desenvolve nas trompas de Falópio. Geralmente, uma gravidez ectópica é diagnosticada entre a 5ª e a 10ª semana de gravidez. Frequentemente, os primeiros sintomas aparecem duas semanas depois da falta do período menstrual.
Gravidez nas trompas
O que é uma gravidez ectópica?
A gravidez ectópica ocorre quando o embrião se implanta e começa a desenvolver fora da cavidade uterina.
Numa situação normal, após a fecundação, o blastocisto continua a descer pela trompa até ao útero, onde se irá implantar. Se algum fator impedir ou atrasar o seu trajeto ao longo da trompa, o embrião implantar-se-á neste local. Quando tal acontece tem o nome de gravidez ectópica tubária.
Geralmente, uma gravidez ectópica é diagnosticada entre a 5ª e a 10ª semana de gravidez. Frequentemente, os primeiros sintomas aparecem duas semanas depois da falta do período menstrual.
Fatores de risco para a gravidez ectópica
Os fatores de risco associados à implantação ectópica são vários e estão relacionados com doença tubária, método de contraceção, técnicas de procriação medicamente assistida ou fatores ovulares. As lesões nas trompas são o principal fator de risco:
- Intervenções cirúrgicas sobre a trompa;
- Laqueação tubária;
- Gravidez ectópica anterior;
- Doença na trompas;
- Infeções pélvicas;
- Endometriose tubária.
O tabaco e a exposição in utero ao DES (Dietilestilbestrol – medicamento composto por hormonas sintéticas) também se encontram entre os fatores de risco.
Evolução de uma gravidez nas trompas
Quando o embrião se implanta na trompa podem ocorrer vários cenários: a morte e reabsorção das estruturas ovulares pelo organismo materno, a progressão do desenvolvimento embrionário por algumas semanas e a rotura da trompa.
No caso de uma gravidez nas trompas, o tecido do embrião invade a parede da trompa, atingindo rapidamente a camada muscular e os vasos sanguíneos, uma vez que a trompa não dispõe de camada submucosa.
Dada a fragilidade e a inadaptação da parede das trompas de Falópio para acomodar a implantação e crescimento do embrião, a rotura das suas paredes é uma possibilidade permanente.
Sintomas de uma gravidez nas trompas
Os sintomas de gravidez nas trompas variam de acordo com o quadro clínico. Entre os sintomas incluem-se:
- Dor abdominal e pélvica intensa, de instalação súbita;
- Sangramentos do útero fora do ciclo menstrual (metrorragia);
- Taquicardia, hipotensão e síncope.
Quando o diagnóstico é tardio, o embrião em desenvolvimento pode causar a rutura da trompa e causar hemorragias internas graves. Neste caso, os sintomas são graves para a saúde da mulher e com origem na dramática perda de sangue.
Diagnóstico de uma gravidez nas trompas
O diagnóstico é cada vez mais precoce devido à utilização da ecografia no início da gestação ou quando a mulher tem algum sintoma de complicação.
Quando não é possível fazer uma identificação clara de estruturas gestacionais no útero através da ecografia, o diagnóstico poderá ser realizado no decurso de cirurgia abdominal exploratória, desde que esteja provada a inviabilidade da gravidez pela análise de marcadores biológicos.
Níveis baixos de hCG (hormona da gravidez) no sangue poderão ser indicativos de uma gravidez ectópica, mas a análise ao sangue poderá ter de ser repetida várias vezes para eliminar outras possibilidades.
A celioscopia (exame visual da cavidade abdominal previamente distendida por injeção de ar ou de gases estéreis) permite confirmar o diagnóstico nas situações de dúvida, avaliar as condições locais para o planeamento terapêutico e resolver cirurgicamente muitas situações.
Tratamento da gravidez nas trompas
Infelizmente, a única maneira de tratar uma gravidez ectópica é através da interrupção da gravidez. O médico poderá optar por medicamentos ou por uma intervenção cirúrgica dependendo da gravidade dos sintomas e da localização das estruturas embrionárias.
Profilaxia da isoimunização Rh
Após gravidez ectópica, é administrada a imunoglobulina anti-D a todas as grávidas Rh negativas não sensibilizadas.