A enterocolite necrosante neonatal é uma lesão na superfície interna do intestino que ocorre com maior frequência nos recém-nascidos muito prematuros dada a imaturidade dos órgãos. Apesar da gravidade da doença, cerca de 60 a 80% dos recém-nascidos sobrevive. O leite materno parece oferecer um certo grau de proteção contra a doença.
Enterocolite necrosante neonatal
Sintomas da enterocolite necrosante neonatal
- Inchaço abdominal;
- Fezes com sangue;
- Vómito de um fluido esverdeado, amarelo ou da cor de ferrugem;
- Temperatura corporal baixa;
- Pausas repetidas na respiração (apneia);
- Letargia;
- Estado geral de fragilidade.
Causas da enterocolite necrosante neonatal
As causas da doença ainda não são conhecidas mas afeta, sobretudo, recém-nascidos prematuros.
Na enterocolite necrosante neonatal, a diminuição do fluxo sanguíneo para o intestino causa lesões nas camadas interiores deste órgão e as bactérias, que existem normalmente dentro do intestino, invadem a parede intestinal fragilizada.
Depois de invadirem a parede do intestino, as bactérias entram na corrente sanguínea do bebé dando origem a uma infeção grave (septicemia).
Se a lesão avançar através de toda a espessura da parede do intestino e esta for perfurada, o conteúdo intestinal vaza para a cavidade abdominal e causa uma inflamação potencialmente grave se não for resolvida com urgência (peritonite).
Diagnóstico da enterocolite necrosante neonatal
Perante os sintomas da doença, o seu diagnóstico é confirmado através da realização de uma ecografia à região abdominal. Através deste exame, o médico pode procurar sinais de formação e gás na parede intestinal (pneumatose intestinal) ou se há ar livre na cavidade abdominal, caso a parede intestinal já tenha sido perfurada.
São recolhidas amostras de sangue para verificar se há bactérias ou outros indicadores de septicemia.
Tratamento da enterocolite necrosante neonatal
O tratamento desta doença implica a suspensão da alimentação, a inserção de um tubo de sucção no estômago para aliviar a pressão (causada pelo leite e pelo ar engolidos), a administração de fluidos por via intravenosa para manter a hidratação e a administração de antibióticos.
Nos casos mais graves, são colocados drenos na cavidade abdominal ou na parte do intestino que não é irrigada por sangue e que não pode ser removida (o que acontece quando o recém-nascido é muito prematuro e os médicos suspeitam que não sobreviveria à cirurgia para remoção dos tecidos mortos do intestino).
Através dos drenos são drenados os excrementos e os fluidos da cavidade abdominal e, em conjunto com os antibióticos, podem ajudar a diminuir os sintomas. Este procedimento é, também, uma forma de estabilizar o recém-nascido até que possa ser operado.
Caso haja perfuração intestinal com peritonite é necessário realizar uma cirurgia urgente para tratamento adequado do problema. Nesta operação, a parte do intestino privada de irrigação sanguínea é totalmente removida. As extremidades do intestino saudável são trazidas à superfície da pele para criar uma abertura temporária para a excreção das fezes (ostomia).
Mais tarde, quando o bebé recuperar, é realizada nova cirurgia com o objetivo de reunir as extremidades do intestino, sendo este colocado no seu devido local, dentro da cavidade abdominal.