As crenças e os mitos sobre a alimentação na gravidez são muito frequentes, e perduram há muitos anos na cultura popular. Contudo, esclarecer alguns deles é importante para que a mulher tenha uma gravidez mais saudável e mais tranquila. Saiba a verdade por trás dos mitos neste artigo.
Mitos sobre a alimentação na gravidez
Os mitos e as crenças relacionados com a alimentação na gravidez têm geralmente origens muito antigas, estando enraizados há séculos na cultura popular.
Muitos surgiram essencialmente da falta de conhecimento e dos consequentes medo e necessidade de encontrar justificações para determinadas situações.
Contudo, muitos destes mitos têm implicações na alimentação da grávida e na limitação das suas escolhas alimentares, sendo importante, por um lado, respeitar as crenças, mas por outro ajudar a tranquilizar e desmistificar, já que alguns podem acarretar certos riscos.
Mitos mais comuns (e falsos) sobre a alimentação na gravidez
1. Mitos sobre a alimentação na gravidez: não consumir raia e polvo
Existe o mito de que a raia e o polvo têm propriedades abortivas (analogia com o fluido libertado pelo polvo), o que é falso. O consumo de peixe e cefalópodes (polvo) pela grávida não está de todo proibido e deve inclusivamente ser promovido.
A única questão a ter em conta é que o peixe não deve ser cru (como sushi), podendo também ser prudente restringir peixes como o espadarte, atum fresco, tubarão ou peixe-espada, devido à bioacumulação de mercúrio.
2. Mitos sobre a alimentação na gravidez: não consumir lebre e coelho
Existe o mito de que a grávida não deve comer lebre e coelho, devido à analogia da sua fenda com o bebé nascer com o lábio leporino.
Esta crença é falsa, não existindo qualquer relação entre as duas coisas. O coelho e a lebre são inclusivamente carnes magras que podem integrar a alimentação da grávida.
3. Mitos sobre a alimentação na gravidez: beber aguardente em jejum
Existe o mito de que beber aguardente faz com que os “bichos” (parasitas intestinais) saiam no momento do parto. Para além de não existir qualquer relação entre as duas coisas, o consumo de bebidas alcoólicas (incluindo aguardente) está totalmente proibido durante a gravidez.
4. Mitos sobre a alimentação na gravidez: não consumir frutos com caroço
Existe o mito de que o consumo de frutos com caroço faz com que o bebé nasça com manchas. Para além desta crença ser falsa, não existindo qualquer evidência que a justifique, limita também o consumo de determinadas frutas que são nutricionalmente muito ricas, com muitos benefícios para a grávida.
5. Mitos sobre a alimentação na gravidez: consumir vinho, muita cebola e pimenta na reta final
Existe o mito de que beber um cálice de vinho tinto e consumir comidas muito condimentadas no final da gravidez pode acelerar o parto.
Para além de não existir qualquer relação, o consumo de pratos muito condimentados pode inclusivamente gerar mal-estar e indisposições. Adicionalmente, o consumo de bebidas alcoólicas continua a ser proibido, mesmo na reta final da gravidez.
6. Mitos sobre a alimentação na gravidez: beber cerveja preta e comer bacalhau cru
Existe o mito de que beber cerveja preta e comer bacalhau cru aumentam a produção do leite, contudo ambas as crenças são falsas. Para além de não aumentar a produção de leite, a cerveja é uma bebida alcoólica e por isso pode trazer riscos para o bebé.
Da mesma forma o bacalhau, tal como qualquer peixe, não deve ser consumido cru pelo risco de contaminações (tendo ainda quantidades muito elevadas (e prejudiciais) de sal, caso seja não demolhado).
7. Mitos sobre a alimentação na gravidez: beber sumo de beterraba
Existe também a falsa crença de que a grávida deve beber sumo de beterraba para aumentar o seu aporte em ferro e até, eventualmente, ajudar a reduzir casos de anemia.
A beterraba tem benefícios, pode e deve integrar a alimentação da grávida, contudo não é um alimento excecionalmente rico em ferro e como tal não deve ser vista como “terapia” na anemia.