Partos normais, considerados partos de baixo risco, vão passar a ser assegurados por enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde materna e obstétrica. A intervenção de médicos obstetras ou ginecologistas acontece em casos mais complexos e com possíveis complicações.
A notícia foi avançada na passada sexta-feira pelo Jornal de Notícias, que cita esta nova regra de uma norma da Direção-Geral da Saúde. O objetivo é rentabilizar recursos humanos numa altura de grande carência de obstetras, anestesistas e pediatras no Serviço Nacional de Saúde.
À Rádio Renascença, o diretor do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santa Maria, Diogo Ayres-de-Campos, saluta a nova norma, que oficializa uma situação que já acontece em alguns hospitais nacionais e que é muito comum em vários países europeus.
“Já estava implementada, mas era necessário harmonizar os procedimentos durante o trabalho de parto em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde”, defende Diogo Ayres-de-Campos, “esta norma o que faz é trazer as melhores práticas clínicas, baseadas na evidência científica”. O médico do Santa Maria diz que não existe qualquer cenário de risco em enfermeiros especialistas realizarem partos de baixo risco.
“Acho que, neste momento, até precisamos de alguma atualização daquilo que eram as práticas durante o trabalho de parto e precisamos, sobretudo, que o cumprimentos desses procedimentos fosse generalizado ao país inteiro”, referiu também à Rádio Renascença Diogo Ayres-de-Campos, que coordenou a Comissão de acompanhamento de resposta em urgência de Ginecologia, Obstetrícia e bloco de partos.
15 de maio 2023