Crianças refugiadas e requerentes de asilo em Portugal estão a enfrentar vérios desafios à imigração, passando pela barreira linguística, à discriminação e falta de oportunidades educativas. O risco de pobreza e exclusão social também é maior nestes casos, segundo avança a UNICEF Portugal.
No âmbito do Dia Mundial do Refugiado, assinalado esta semana, a diretora executiva da UNICEF Portugal, Beatriz Imperatori considerou que “acolher e integrar crianças refugiadas e requerentes de asilo em Portugal é um compromisso de solidariedade e humanidade que reconhecemos e valorizamos”.
“Em paralelo é também uma questão que transcende as fronteiras nacionais e que requer uma resposta conjunta e coordenada a nível internacional. Só assim podemos assegurar a proteção efetiva das crianças em movimento e o seu acesso aos direitos fundamentais que lhes são devidos”, sublinhou a responsável.
Em 2022, segundo revela a UNICEF, Portugal registou 1992 pedidos de proteção internacional, incluindo 354 crianças, 83 das quais não estavam acompanhadas, segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). A maioria destas crianças são de países como Afeganistão, Índia, Gâmbia e Paquistão. Soma-se ainda a este números os 14.111 pedidos de proteção temporária concedidos por Portugal a crianças deslocadas da Ucrânia durante um ano de guerra.
Beatriz Imperatori defende que é “fundamental que estas crianças sejam acolhidas com dignidade e respeito pelos seus direitos, que tenham acesso aos serviços essenciais que lhes permitam desenvolver o seu potencial e contribuir para a sociedade portuguesa”.
Em todo o mundo, o número de crianças refugiadas e requerentes de asilo também atingiu um novo recorde: 17,5 milhões. Este número ainda não conta com dados recentes de 2023, que incluem o conflito no Sudão, que afetou mais de 940 mil crianças até agora.
O número de crianças deslocadas a nível mundial chegou a 43,3 milhões em 2022, novo recorde estimado pela UNICEF, para o qual contribuiu o que se passa na Europa de Leste. Estima-se que a guerra na Ucrânia tenha levado à fuga de mais de dois milhões de menores. Dos 43,3 milhões de crianças que estavam em situação de deslocamento forçado no final de 2022, quase 60% (25,8 milhões) foram deslocadas internamente devido a conflitos e violência.
21 de junho 2023