2022 verificou um aumento no número de crianças registadas no sistema de acolhimento, e acolhidas por instituições. O aumento deve-se em grande parte à chegada a Portugal de mais crianças e jovens estrangeiros não acompanhados ou deslocados.
O Jornal Público noticiou este domingo que, com com base no relatório Casa 2022, que já foi entregue no Parlamento, no ano passado entraram em acolhimento 2228 crianças e jovens, representando um aumento de 19% relativamente ao ano anterior (2021).
Dentro deste número de crianças no sistema de acolhimento, foram 202 as estrangeiras que chegaram a Portugal sem a família ou um adulto responsável, avança o mesmo jornal. Muitos chegam dos campos de refugiados sobrelotados na Grécia, ao abrigo do Programa de Recolocação Voluntária, com o qual Portugal se comprometeu em 2020. Outros são naturais do Afeganistão, do Paquistão e também da Ucrânia.
Ainda segundo o Público, 608 crianças e jovens foram retiradas às famílias, quando se encontravam em situação de urgência, perigo iminente de vida e grava comprometimento da saúde física e integridade psicológica. O mesmo relatório aponta casos de isolamento provocados pela Covid-19.
Em novembro de 2022, estavam nas instituições de acolhimento portuguesas 6357 crianças e jovens. A maioria são rapazes e mais de metade tem entre 12 e 20 anos. O relatório refere também que além das situações de negligência, existem também vítimas de maus tratos físicos e de violência sexual, maioritariamente raparigas. Para cerca de 38%, o futuro deverá passar pelo regresso à família de origem, noticia o jornal Público.
De notar que em 2020, o número de adoções em Portugal foi o mais baixo dos últimos anos: apenas 182 crianças receberam uma nova família, segundo a Segurança Social, que reporta também que dos 2359 dos jovens que deixaram o sistema de acolhimento, 44,7% foi por terem atingido a idade adulta.
14 de agosto 2023