Joel de Oliveira Junior, um engenheiro que perdeu o filho de dois anos para o cancro, transformou a sua tragédia pessoal numa missão para salvar outras crianças em situações semelhantes. Fundou a Lucky Tech, abandonando a sua carreira na área das telecomunicações, com o objetivo de reduzir a taxa de mortalidade das crianças em tratamento de cancro. A sua criação é um dispositivo que monitoriza em tempo real o estado de saúde de crianças que se encontram a fazer tratamentos para o cancro.
Quatro anos após o início desta jornada, o projeto ganhou dimensão e está agora a ser testado no Hospital de Amor, em Barretos, no Brasil, uma das principais instituições de tratamento de cancros a nível mundial.
O dispositivo criado pela Lucky Tech é colocado na axila da criança e envia sinais vitais para os pais através de uma aplicação, bem como para médicos e enfermeiros. Além disso, um painel de controlo no hospital exibe não apenas os sinais vitais, mas também a localização de cada paciente. Esta tecnologia permite uma resposta mais rápida em situações de emergência, essencial uma vez que as crianças em tratamento de cancro muitas vezes têm sistemas imunológicos enfraquecidos e podem estar mais vulneráveis a complicações como infeções.
O dispositivo tem uma bateria de 22 dias e demora apenas 45 minutos a carregar, sendo também à prova de água, o que significa que as crianças raramente precisam de o retirar.
Joel de Oliveira destaca que o custo do tratamento de crianças com cancro é elevado, e entre 45% a 60% desse custo está relacionado com internamentos em unidades de cuidados intensivos. A rápida deteção de problemas de saúde através deste dispositivo pode evitar internamentos caros e melhorar a eficácia do tratamento.
OInstituto Português de Oncologia (IPO) e a Fundação Champalimaud já manifestaram interesse na tecnologia da Lucky Tech, mostrando que esta inovação está a atrair a atenção além das fronteiras do Brasil. Joel de Oliveira espera continuar a expandir a sua missão de salvar vidas, inicialmente focada em crianças, mas que também se revela benéfica para adultos em tratamento oncológico.