A blefarite é uma inflamação das pálpebras bastante comum nas crianças. As causas podem ser infeciosas, inflamatórias, dermatológicas ou tóxicas. Não sendo uma doença grave, é muito incomodativa e a criança deve ser observada pelo oftalmologista para diagnóstico e tratamento adequados.
A blefarite pode surgir isoladamente ou em conjunto com uma conjuntivite (inflamação da superfície ocular). De modo geral, a doença resulta de uma disfunção das glândulas situadas junto da inserção das pestanas, causando inflamação, irritação e comichão. A befarite pode tornar-se numa doença crónica.
Blefarite: causas, sintomas e tratamento
Causas da blefarite
A causa exata da doença nem sempre é fácil de identificar mas crê-se que o problema possa ser causado por uma bactéria, por um desequilibro cutâneo (seborreia) ou por uma reação alérgica tópica (como restos de maquilhagem, por exemplo). Frequentemente, a blefarite aparece em resultado da combinação de diversos fatores de risco, nomeadamente:
- Dermatite seborreica;
- Infeções bacterianas;
- Infeções por parasitas como os piolhos;
- Rosácea (doença da pele);
- Alergias a medicamentos;
- Lentes de contacto;
- Maquilhagem.
Sintomas da blefarite
Os sintomas das blefarites incluem:
- Lacrimejo;
- Sensação de ardor;
- Olhos secos;
- Aspeto gorduroso das pestanas;
- Comichão;
- Inchaço e vermelhidão das pálpebras;
- Descamação em torno das pestanas;
- Formação de crostas;
- Dificuldade em abrir os olhos;
- Pestanejo mais frequente;
- Maior sensibilidade à luz (fotofobia);
- Crescimento anómalo de pestanas ou, pelo contrário, perda excessiva de pestanas;
- Interferência na visão.
As alterações nas pestanas podem causar dor, levar ao aparecimento de infeções secundárias mais graves e aumentar o risco de formação de treçolhos ou de lesões quísticas palpebrais. Os quistos podem infetar ou inflamar, causando dor intensa e deformação palpebral, obrigando a tratamento intensivo e, em alguns casos, a cirurgia.
Diagnóstico da blefarite
Como o diagnóstico da blefarite é clínico é fundamental consultar um oftalmologista perante os sintomas da doença. Se o médico assim o entender, poderá ser feita uma recolha das secreções nas pálpebras ou nas pestanas para análise laboratorial.
Tratamento da blefarite
O principal cuidado no tratamento da blefarite é a higiene dos olhos para os manter sem crostas e atenuar a irritação. Contudo, esta tende a ser uma doença crónica e pode haver recaídas. Nestes casos, pode ser necessário fazer um tratamento a longo prazo.
1. Limpeza dos olhos
Para tratar a inflamação aplicar um colírio ou soro fisiológico para alívio do desconforto e remoção de crostas e secreções.
2. Antibióticos
Em alguns casos, quando há inflamação, pode ser recomendado pelo oftalmologista a aplicação de antibióticos em gotas e/ou pomada, soluções com corticoides ou anti alérgicos.
3. Lágrimas artificiais
O uso de lágrimas artificiais ajuda a atenuar eventuais alterações na produção de lágrimas normais, mantendo uma normal lubrificação ocular, melhorando e visão e aliviando os sintomas.
Prevenção da blefarite
Para prevenir a blefarite os olhos devem ser cuidadosamente limpos diariamente. No caso dos adultos, a remoção da maquilhagem ao deitar é essencial para prevenir infeções.
A proteção solar adequada com óculos de sol e a proteção dos olhos contra a poluição ambiental são outras medidas que ajudam a manter a saúde ocular.
Remédio natural para blefarite
1. Compressas de água morna
A aplicação de compressas mornas sobre as pálpebras durante dez minutos, duas a três vezes por dia é uma recomendação comum para reduzir a inflamação, acalmar a comichão e a irritação, para além de facilitar a remoção das crostas.
2. Lavar os olhos
Algumas plantas podem ser usadas para a higiene dos olhos. As suas propriedades anti-inflamatórias e calmantes ajudar a aliviar a comichão e o inchaço. A centáurea, a eufrásia ou a roseira silvestre são alguns exemplos.
Prepara-se uma infusão com uma colherzinha de uma das plantas numa chávena de água mineral. Deixar ferver durante dez minutos. Arrefecer, coar e lavar os olhos da criança cuidadosamente.
3. Banhos oculares
Ferver um copo de água mineral e juntar uma colher de sopa de mel. Deixar cinco minutos ao lume. Depois de arrefecer, lavar os olhos ou aplicar em compressa durante dez minutos sobre as pálpebras, três vezes ao dia.
A camomila é outra opção. Fazer um chá com a erva para lavar os olhos da criança ou aplicar em compressa durante dez minutos sobre as pálpebras, três vezes ao dia.
Esta informação é meramente indicativa não pretendendo, em qualquer momento, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Em caso de dúvida quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação do seu médico ou farmacêutico.