Não deixe beijar o bebé recém-nascido, nunca! Procure explicar às visitas a razão dessa decisão. Com um sistema imunitário ainda não desenvolvido, o bebé corre um risco real de contrair um vírus, que poderá ser inofensivo nos adultos, mas num recém-nascido causar uma infeção grave e potencialmente mortal.
Testemunhos de pais que perderam os seus bebés
Mariana Reese Sifrit, Estados Unidos
Mariana Reese Sifrit nasceu saudável, a 1 de julho de 2017, em Iowa, Estados Unidos. A 18 de julho do mesmo ano, a bebé recém-nascida morreu devido a uma infeção causada pelo vírus do herpes.
Seis dias após a Mariana ter nascido, os seus pais casaram-se, relatou um canal de notícias norte-americano. Contudo, um dia que era de celebração e alegria, terminou com a bebé letárgica e com aspeto doente.
No hospital, a bebé foi diagnosticada com meningite. Os médicos explicaram que a doença tinha sido causada por uma infeção com o vírus do herpes simplex-1 (HSV-1), que é o que causa as erupções labiais. Os médicos acharam que o vírus deve ter sido contraído através de um beijo por alguém que foi visitar a Mariana.
Eloise Pugh, Austrália
Três anos antes, no outro lado do mundo, na Austrália, tinha morrido a bebé Eloise Pugh, com apenas 24 dias de vida. Uns dias após ter nascido, e já em casa com os seus pais, a bebé recém-nascida começou por perder o apetite, a alimentar-se menos e o seu peso diminuiu.
Já no hospital, os médicos confirmaram que a bebé Eloise tinha contraído um vírus simples, mas potencialmente fatal em recém-nascidos: com efeito foi o mesmo vírus que vitimou a bebé Mariana, o HSV-1, transmitido provavelmente através de… adivinhou, um beijo.
Emerson Faye, Estados Unidos
Nos Estados Unidos, Presley Trejo contou no Facebook que a sua filha recém-nascida, Emerson Faye, tinha morrido após ter sido tocada e beijada por pessoas que lhe terão transmitido o vírus HSV-1. A bebé tinha apenas 12 dias de vida quando morreu.
Estes três tristes relatos são só alguns exemplos de casos de bebés recém-nascidos que morreram tragicamente, na sequência de terem estado em contacto com adultos alegadamente infetados com o vírus HSV-1. Não são casos muito comuns, mas, mesmo assim acontecem.
Quando infeta os adultos, o vírus HSV-1 é responsável pelas incomodativas erupções labiais, não causando grande preocupação. No entanto, se infetar um recém-nascido, o vírus pode causar meningite viral, uma doença muito grave e potencialmente fatal.
Segundo a organização sem fins lucrativos March of Dimes, nos Estados Unidos 1 em cada 3500 bebés recém-nascidos contraem o vírus HSV-1. Um estudo da revista científica Lancet apontou que se o vírus HSV-1 não for tratado, pode causar morte em 60% das infeções nos recém-nascidos.
Beijar o bebé recém-nascido? Não!
O problema de beijar o bebé recém-nascido é que estes não possuem ainda um sistema imunitário amadurecido que possa combater o vírus, o que os torna muito vulneráveis a infeções graves durante os primeiros meses de vida. O primeiro mês de vida é o mais crítico. Os pais devem estar atentos a sinais de alerta.
Os sinais que indicam que o bebé recém-nascido pode ter contraído uma infeção grave incluem:
- Perda de apetite;
- Perda de peso;
- Estado de letargia;
- Dificuldades de respiração;
- Febre;
- Vómitos;
- Diarreia;
- Menos urina/desidratação;
- Desenvolvimento de erupções cutâneas sem explicação.
Segundo os especialistas, o melhor mesmo é evitar que o seu bebé recém-nascido contraia uma infeção em primeiro lugar. Para tal, recomendamos que no primeiro mês de vida com o bebé:
- Evite demasiadas visitas; este é um período de adaptação e de estabelecimento de laços com o bebé;
- Evite levar o bebé para espaços com multidões, como centros comerciais;
- Não permita o contacto do recém-nascido com pessoas que exibam sinais de doenças como garganta inflamada, tosse, pingo no nariz, etc.;
- Evite o contacto do bebé com crianças pequenas;
- Peça aos visitantes que lavem as mãos antes de entrarem em contacto com o bebé; o uso de máscara é uma hipótese a considerar
- Não permita às visitas beijar o bebé. Os beijinhos… podem esperar mais uns meses.