Todas as mães que amamentam, em algum momento, já se questionaram sobre possíveis sinais de baixa produção de leite materno. Quer pelo comportamento do bebé ou por outros fatores, a dúvida causa angústia e pode levar à suplementação desnecessária das mamadas com leite de fórmula e ao desmame precoce.
Sinais de baixa produção de leite materno
É importante reconhecer os sinais reais de uma baixa produção para evitar a perpetuação de mitos. Por exemplo, mamas mais moles ou o facto de extrair pouco leite com a bomba (manual ou elétrica) são frequentemente associados a uma produção insuficiente. No entanto, não são indicadores confiáveis, assim como mamas pequenas ou um bebé que mama muitas vezes.
Veja a seguir indícios de que pode estar a produzir pouco leite.
Bebé com perda de peso ou ganho pouco expressivo
A evolução do peso é um dado valioso para acompanhar a evolução do bebé nos primeiros tempos. É por esse motivo que as pesagens são uma constante nas visitas ao centro de saúde ou ao pediatra. A informação permite acompanhar o percentil e verificar flutuações de peso que fujam ao que é considerado normal.
Quando há problemas com a produção de leite, o bebé não é alimentado o suficiente e, consequentemente, não ganha ou pode até mesmo perder peso.
Convém referir que a avaliação do percentil baseia-se em determinados parâmetros, mas é individual. Cada bebé tem o seu próprio ritmo e curva, pelo que as comparações não são nada esclarecedoras.
Baixo volume de urina
Muita atenção às fraldas do seu filho! O número de micções deve aumentar gradualmente ao longo da primeira semana de vida. Ao fim de alguns dias, é esperado que o bebé molhe, pelo menos 6 fraldas por dia.
Urinar menos do que aquilo que é esperado pode indicar que o bebé não está a receber todo o leite que precisa. Uma urina com tom amarelo escuro ou alaranjado e com um odor desagradável são indícios de uma possível desidratação.
Fezes densas ou mesmo ressecadas
As fezes do bebé amamentado, depois do mecónio, são mais líquidos e têm uma cor amarelada. Durante os primeiros meses de vida, o normal é, no mínimo, uma evacuação diária. A maioria dos bebés faz muito mais do que isso, sujando uma fralda a cada mamada.
Apesar do leite materno ser considerado o alimento perfeito, aproveitado quase integralmente pelo organismo, há sempre algo que precisa ser eliminado. Quando a ingestão não está a ser suficiente, o número de evacuações diminui e as fezes se tornam mais escuras, pastosas ou até mesmo secas.
Icterícia
A icterícia caracteriza-se pela coloração amarelada da pele, mucosas e olhos. Bastante comum nos recém-nascidos, indica uma elevada concentração de bilirrubina no sangue. A substância é eliminada na urina, pelo que a hidratação é a melhor forma de evitar o problema.
Um quadro persistente de icterícia indica que o bebé pode estar a ter dificuldades em eliminar a bilirrubina por não mamar convenientemente.
Bebé não se mostra satisfeito e relaxado após as mamadas
O comportamento do bebé é outro fator que pode trazer informações importantes. Se mesmo depois de uma sessão completa de amamentação, o bebé continua agitado, refila e contorce-se na mama, desconfie. Quando o bebé está satisfeito, normalmente larga a mama por si, adormece ou fica mais relaxado.
Um fluxo reduzido de leite pode irritar o pequeno assim como exigir que gaste mais energia a sugar para se alimentar. O bebé pode mesmo passar a recusar a mama.
Nenhum desses sinais deve ser analisado isoladamente. O diagnóstico de baixa produção de leite é feito com uma avaliação cuidadosa da dupla mãe e bebé e do contexto. Algumas mulheres possuem fatores de risco para baixa produção, como cirurgias mamárias. Em outros casos, o défice está relacionado com estímulos inadequados ou pouco frequentes.
Convém referir que o bebé pode não estar a receber todo o leite que precisa não pela baixa produção, mas sim por alguma questão na dinâmica. Ao fazer a pega incorreta, por exemplo, o pequenino não consegue extrair o alimento e mama menos do que deveria. A baixa produção de leite real existe, mas é muito menos comum do que o que se imagina.
Prpcurar aconselhamento de profissionais de saúde e/ou com especialização em aleitamento materno é a melhor forma de ter mais segurança sobre a sua produção. Afinal, compreender a amamentação também faz parte do processo de amamentar.