Dos 0 aos 3 meses de idade, podemos pensar no bebé como um ser totalmente dependente que prolonga a sua estadia na barriga da mãe.
Após 9 meses de desenvolvimento intra uterino, o cérebro do bebé continua a crescer de forma acelerada durante o 1º trimestre de vida, o que, ao contrário de outros primatas, impossibilita que a gravidez humana vá para além dos 9 meses.
Durante os primeiros 3 meses de vida, o bebé (e os pais), vão adaptando-se à nova realidade e às exigências que um novo membro provoca ao mesmo tempo que estabelecem as rotinas necessárias para enquadrar a vida do bebé nas atividades diárias da família.
A adaptação à vida fora do útero é diferente de bebé para bebé. Pouco a pouco, estabelecem-se pontes de comunicação entre o bebé e os pais que cedo percebem que o filho está pronto para descobrir o mundo.
No contacto diário com os pais (e particularmente com a mãe), o bebé apura os sentidos, aprende a reconhecer e a imitar expressões, fica cada vez mais atento aos sons e aos gestos. O sentido do olfato, por exemplo, está completamente desenvolvido ao nascer e apenas com 2 semanas de vida, o bebé já consegue distinguir o cheiro da mãe do cheiro do pai. O mesmo se passa com a voz da mãe que o bebé já conseguia reconhecer dentro da barriga.
Quando o bebé é muito pequenino, temos a tendência para não interagir demasiado com ele com receio de o incomodar ou magoar. Mas, na verdade, esta vontade de descobrir o mundo, que nos é inata, e o gradual apuramento dos 5 sentidos, falar, brincar e tocar no bebé são excelentes formas para estimular o seu desenvolvimento neurológico e ajudar a criar mecanismos para explorar o mundo que o rodeia.
O estímulo das capacidades do bebé pode mesmo iniciar-se ainda na gravidez através da música que a mãe ouve ou das massagens que faz na barriga. Para o bebé, tudo isso são sinais de afeto, bem-estar e proteção.
A ansiedade dos pais
A responsabilidade de ter um bebé, especialmente para os pais de primeira viagem, pode provocar alguma ansiedade perante o choro, o desconforto ou outros comportamentos do bebé.
O choro é a principal forma de comunicação do bebé recém-nascido. Rapidamente os pais vão aprender a “ler” as diferentes necessidades transmitidas pelo choro do bebé. Tem fome, está desconfortável, tem sono e não consegue adormecer, são as cólicas,… Tudo isto exige adaptação e tempo, para os pais e para o bebé. À medida que esta comunicação se vai estabelecendo, os pais também se sentem mais seguros e confiantes de que estão a fazer o que é certo.
A importância de “embrulhar” o bebé recém-nascido
Quando o bebé nasce, tudo é diferente para ele. Ao nascer, o bebé abandona o único local que conhece; o útero da mãe. Depois de 9 meses confortáveis e com todas as necessidades preenchidas, o bebé é empurrado para um ambiente totalmente hostil. Frio, com muitas luzes, barulhos e estímulos vários. Tudo é desconhecido e diferente.
A necessidade de aconchego do bebé recém-nascido (dos 0 aos 28 dias de vida) relaciona-se com esta vivência intra uterina. Estar apertadinho, deixa o bebé tranquilo e seguro porque era assim que ele estava habituado a estar.
Gradualmente, e à medida que o desenvolvimento motor progride, o bebé perde esta necessidade de se sentir “embrulhado” e começa a apreciar roupa mais larga (por volta dos 2 meses de idade) que permita liberdade de movimentos.