O nascimento de um bebé causa grande impacto na vida da família. Cuidar de um pequeno ser totalmente dependente é, sem dúvida, bastante trabalhoso. Os primeiros tempos são, portanto, de adaptação, mas não apenas para os pais. O recém-nascido até então só conhecia a vida no útero. Entender o que é exterogestação ajuda a amenizar a transição para o mundo extrauterino.
O que significa exterogestação
Entre todos os mamíferos, os seres humanos são aqueles cujos filhotes nascem com um maior grau de dependência. Precisam ser carregados ao colo e não se conseguem alimentar sozinhos. Especialmente nos três primeiros meses de vida, conhecidos como quarto trimestre, os bebés precisam de mais acolhimento para se sentirem seguros fora da barriga da mãe.
A teoria da exterogestação surgiu na Antropologia, a partir das investigações de Ashley Montagu. De acordo com o estudioso, nesta fase, é benéfico reproduzir o ambiente uterino nos cuidados com o bebé. Além de oferecer mais segurança ao recém-nascido, este prolongamento da gestação é favorável para o seu desenvolvimento.
A exterogestação consiste em um conjunto de estratégias que fazem o bebé associar a sua nova rotina ao conforto do útero materno. Contacto constante, movimentos suaves e alguns sons estão entre as recomendações para quem deseja proporcionar ao recém-nascido a experiência de continuar a ser gestado mesmo após o nascimento.
Como colocar a exterogestação em prática
É possível utilizar a exterogestação em vários momentos da rotina com o bebé. As estratégias são especialmente eficazes para acalmá-lo durante os episódios de choro inconsolável. Algumas delas foram popularizadas por Harvey Karp, autor do best-seller “O bebé mais feliz do mundo”.
Veja como colocar a exterogestação em prática de forma bastante simples.
Crie oportunidades para o contacto pele a pele
No útero, o bebé estava sempre em contacto com o líquido amniótico. Sem este recurso, sente-se muito mais vulnerável e inseguro. O contacto pele a pele, além de restaurar o sentimento de segurança, ajuda a regular a temperatura corporal do recém-nascido, favorece o aleitamento materno, caso a mãe esteja a amamentar, e o estabelecimento de laços entre o bebé e os pais.
Utilize os ruídos brancos
Para os adultos, sons estranhos. Para o bebé, sons familiares e tranquilizadores. Antes de nascer, o pequenino ouvia o coração da mãe a bater, os intestinos em pleno funcionamento e, mais uma vez, o líquido amniótico para lá e para cá. Portanto, o silêncio absoluto não é algo ao qual esteja habituado.
Os ruídos brancos reproduzem este ambiente sonoro e é possível encontrar diversas playlists no Youtube ou no Spotify com tais sons. O secador de cabelo, ligado a uma distância segura, também pode ser usado para o efeito. Outra possibilidade é fazer o som “shhh” enquanto embala o bebé.
Dê colo ao bebé
Sim, os bebés adoram colo e não há qualquer problema em carregá-los pelo tempo que queiram. Os porta-bebés, como slings e mochilas ergonómicas, facilitam esta missão ao respeitar a ergonomia do corpo do recém-nascido e permitir que os cuidadores ofereçam colo mais confortavelmente. O babywearing favorece o contacto e inclui ainda o reconfortante som dos batimentos cardíacos de quem está a carregar.