A alimentação complementar de bebés (período entre a introdução dos primeiros alimentos não-leite e os 12 meses) é uma área em exploração actualmente. Muito pouco se sabe, e gradualmente vamos acrescentando conhecimento, pelo que é um tópico em constante alteração e actualização. As novas orientações para a alimentação complementar a nível europeu foram emitidas em 2017, e vieram actualizar as anteriores de 2008.
Quem emite estas novas orientações?
Sobre este tema, a Organização Mundial de Saúde (OMS) emite orientação gerais a nível mundial, podendo haver ajustes a níveis culturais, dependendo das regiões. Em Portugal, seguimo-nos pelas orientações da European Society for Paediatric, Gastreonterology, Hepatology, and Nutrition, também conhecida como ESPGHAN. Esta é a entidade europeia, que regula e emite orientações a nível de saúde pediátrica, nomeadamente no que toca a alimentação. O anterior documento de orientação sobre alimentação complementar data de 2008, tendo sido actualizado com novas orientações em 2017.
Quando começar a alimentação complementar?
As novas orientaçõs documentam que os bebés apresentam maturação física e neurológica para ingerir alimentos não-leite por volta dos 4 meses (17 semanas começando o 5º mês de vida). Considerando também a orientação da OMS para a introdução da alimentação complementar aos 6 meses de vida, é assim recomendado que a introdução de novos alimentos aconteça entre o intervalo dos 4 aos 6 meses.
Há evidência que uma introdução precoce, ou seja, antes dos 4 meses, poderá aumentar o risco de alergia alimentar a alguns alimentos. Contudo, não há evidência suficiente que esta probabilidade de alergia alimentar seja substancialmente alterada com a introdução de alimentos dos 4 aos 6 meses.
Há também forte evidência científica, que suporta que a introdução de alimentos não-leite antes dos 4 meses, poderá levar a alterações no tecido adiposo, podendo conduzir a obesidade em idade tardia. Mais uma vez, a introdução de alimentos dos 4 aos 6 meses, parece até ao momento não alterar esta predisposição a obesidade.
Quando introduzir novos alimentos segundo a novas orientações?
No documento de 2008, o ESPGHAN indicava idades específicas para a introdução de vários alimentos. Isso veio agora ser revogado no documento de 2017, havendo a liberdade para introduzir a grande maioria de alimentos (ver restrições abaixo) logo a partir dos 4-6 meses.
As novas orientações alertam para a necessidade de introduzir grumos e pedaços na janela crítica, entre os 6 e os 8-10 meses de idade do bebé, sendo que se for atrasada há o risco de mais tarde haver dificuldade na alimentação do bebé em alimentos nutricionalmente importantes, como frutas e vegetais.
O documento indica que os bebés entre os 4-6 meses estão aptos a deglutir alimentos liquifeitos em colher, adquirindo a capacidade de se auto-alimentarem, beberem de um copo sozinhos e comerem as refeições da família (com pequenos ajustes) por volta dos 9 meses.
É por isso importante oferecer alimentos em formato e consistência adequados à idade do bebé, respeitando a janela critica de introdução de alimentos em pedaços e com grumos, de forma a atingir uma alimentação complementar de sucesso. É importante apostar na variedade de alimentos e respeitar a cultura alimentar de cada país, integrando o bebé na dieta da família gradualmente durante este período.
O risco de alergias alimentares nas novas orientações
Como mencionado acima, o antigo documento de 2008 alertava para um certo cuidado nos tempos de introdução de determinados alimentos, devido ao risco de alergia. As novas orientações de 2017 vêm alertar para o facto de não haver grande benefício em atrasar a introdução de alimentos por este motivo.
Esta recomendação baseia-se em diversos estudos científicos, mas mais fortemente no Learning Early About Peanut Allergy (LEAP), que indica que a alergia a amendoim é fortemente reduzida, pela introdução deste alimento entre os 4-11 meses de idade do bebé, em pasta ou moídos e misturado com outros alimentos.
Em relação à doença celíaca e introdução do glúten, as antigas recomendações de 2008 eram muito rigorosas, recomendando a introdução do glúten nunca antes dos 4 meses, nem depois dos 7 meses, sobre risco de aumentar a probabilidade a doença celíaca. As novas orientações de 2017 vêm actualizar esta recomendação, baseada em novas evidências, que a introdução do glúten poderá ocorrer entre os 4 e os 12 meses, sem risco de aumentar a probabilidade para intolerância ao glúten ou doença celíaca.
Necessidades nutricionais na alimentação complementar
A qualidade nutricional da alimentação complementar é também um aspecto abordado nas novas orientações. Estas alertam para a importância de oferecer alimentos ricos nutricionalmente, com especial atenção à gordura, proteína e ao ferro.
O documento aponta que a gordura deve ter um papel importante na alimentação complementar, podendo representar 40% das fontes de energia. Por outro lado, o excesso de proteína em idades precoces, pode conduzir ao aumento de risco de obesidade em criança e adulto.
O ferro é um dos minerais mais importantes durante esta fase, já que as reservas de ferro do bebé começam a diminuir por volta dos 6 meses. Por isso, a recomendação da introdução de alimentos de origem animal, como carne e peixe, e/ou alimentos enriquecidos com ferro, continua a vigorar no novo documento de 2017.
Alimentos proibidos segundo as novas orientações
Como mencionado acima, as novas orientações de 2017 do ESPGHAN apontam para poucas restrições alimentares durante a alimentação complementar. O sal e o açúcar, assim como os alimentos com adição de sal e/ou açúcar continuam a ser de evitar durante a alimentação complementar do bebé e minimizados mesmo após esta idade.
O mel não deverá ser introduzido antes dos 12 meses, pelo risco de botulismo infantil, repetitivamente associado em casos recentes a este consumo.
O funcho, muitas vezes oferecido em forma de chá como forma de aliviar as cólicas do bebé, é também desaconselhado, por ser um alimento naturalmente cancerígeno genotóxico. É por isso recomendado que o consumo de óleo de funcho e chá de funcho seja apenas feito após os 4 anos, devido à falta de evidência em contrário.
De forma a evitar a exposição a arsénio inorgânico, considerado um elemento cancerígeno, as novas orientações recomendam que bebidas vegetais à base de arroz não deverão ser oferecidas a bebés nas alimentação complementar nem às crianças pequenas.
Por último, o documento de 2017 volta a reforçar a recomendação anterior, da introdução de leite de vaca apenas após os 12 meses, devido ao reduzido teor de ferro, excesso de proteína e gordura, e também por inibir a absorção de ferro de outros alimentos. Contudo, este pode ser incluído antes, na confecção de alimentos durante a alimentação complementar.
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