A aprendizagem das boas maneiras
As boas maneiras representam os valores pelos quais nos guiamos em sociedade e são fundamentais para o estabelecimento de relações cordiais e gratificantes.
As rotinas do sono e da alimentação, são formas de incentivar a aquisição precoce de regras. Seguir consistentemente determinados passos que conduzem ao momento de deitar, não ver televisão à refeição ou despedir-se da família todas as noites antes de dormir, estrutura e ensina a criança a comportar-se no convívio com os outros.
A definição das regras de convivência em família inicia-se logo que o bebé nasce e, por vezes, de forma espontânea. Quando o bebé morde, é repreendido e assim aprende que morder não é um comportamento aceitável.
As regras à mesa também se iniciam cedo. Mal o bebé começa a querer comer sozinho, por volta dos 9 meses, precisa de ser orientado. Não atirar a comida para o chão ou ficar sentado à hora da refeição são formas de aprender a sociabilizar e a partilhar o seu tempo com a família.
Saber estar e saber respeitar os outros
A partir do momento em que a criança começa a brincar com outras crianças, a forma como lida com elas e como se posiciona face às regras do jogo e do grupo, condicionará o comportamento das outras crianças e o modo como é vista e aceite (ou não) pelo grupo.
Por volta dos dois anos, a criança espera que as outras crianças da mesma idade conheçam e respeitem as regras do jogo. Se uma criança for agressiva ou não respeitar os outros, o grupo encarrega-se de a afastar, isolando-a. Por isso, quanto mais cedo se iniciar a aprendizagem das boas maneiras, melhor.
Nos primeiros anos de vida, a criança aprende por imitação. Tem como modelo a família e, por isso, o exemplo dos pais é a melhor forma de transmitir bons hábitos, ensinar as boas maneiras e o respeito pelos outros ao mesmo tempo que aprende quais os comportamentos que serão aceites e aqueles que não serão tolerados. Por volta dos quatro anos, a criança começa a imitar o comportamento dos irmãos mais velhos e das outras crianças.
Representar diversas situações do dia a dia também é uma forma informal de ensinar à criança as boas regras de educação. Fazer de conta que vão a casa de alguém, como cumprimentam ao chegar e ao sair, como se sentam e estão à mesa, como ouvem e esperam para falar, … ajuda a modelar o comportamento, transmite segurança e previsibilidade.
Se o seu filho puser em prática esses comportamentos, elogie-o discretamente. Se não o fizer, não o repreenda em público. Quando chegarem a casa, converse com ele e explique-lhe calmamente como gostaria que ele se tivesse comportado e porque agiu mal. Explique-lhe, por exemplo, que cumprimentar as pessoas é uma forma de cortesia, de demonstrar respeito e apreço e, que, em retribuição, será considerado da mesma forma.
Se, aos 4–5 anos, a criança persistir na má educação, pode ser um sinal de que algo se passa. Se não conseguir lidar com a situação, procurar ajuda profissional, como um psicólogo, pode ser uma estratégia a considerar.