A autoestima é um conceito muito importante no desenvolvimento infantil, uma vez que uma autoestima baixa pode condicionar o desenvolvimento saudável em tantas outras áreas que a criança precisa de aprimorar à medida que vai crescendo.
As pessoas com quem convive são muito importantes para a desenvolver, uma vez que sendo figuras de referência e às quais a criança atribui significado, as suas interações têm um impacto muito significativo.
Estas figuras de referência, incluindo obviamente a família, muitas vezes descuram um pouco estas questões, muito pela azáfama que a dinâmica familiar o exige na sociedade atual.
Em todo caso, é importante os pais estarem cientes que a autoestima se irá desenvolver, mais tarde ou mais cedo, bem ou mal no seu filho.
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Apesar da autoestima ser um conceito individual e assim variável de pessoa para pessoa, existem algumas estratégias que, de um ponto de vista geral podem ser importantes implementar no sistema familiar:
O elogio realista
O elogio deve ser sustentado em factos. Se a criança fez alguma coisa bem, deve ser elogiada por isso, compreendendo que esse elogio é causa direta do comportamento que teve.
Se ela fez uma boa ação deverá ser elogiada por isso, de maneira a que saiba que a boa ação é causa desse elogio. Muitas vezes elogia-se criança sem uma razão específica. Apesar de ser uma atitude comum e por vezes necessária para que a criança se sinta acarinhada, quando falamos em autoestima é importante os pais estarem cientes de que deve haver um motivo específico compreendido como causa desse elogio. Pequenas mudanças na comunicação podem ser o suficiente. Considere o seguinte exemplo:
A criança portou-se bem na escola, apesar de ter sido provocada por vários colegas. Qual das afirmações acha mais eficaz?
- “portaste-te muito bem, estou feliz.”
- “portaste-te muito bem na escola e estou muito feliz por não teres respondido aos teus colegas”
Concerteza a segunda afirmação trará mais frutos pela noção implícita da causa do elogio. Sempre que possível tente melhorar um pouco a comunicação neste sentido.
Diga não e estabeleça limites
Em sentido contrário, a criança deve compreender quais são os limites e quais as obrigações. Tendemos a falar da autoestima como algo positivo e que deve ser feito nessa base. No entanto o seu constructo não depende totalmente desta abordagem positiva.
O facto da criança saber onde se localiza e o que esperam dela pode contribuir para uma autoestima saudável e realista.
É também muito importante que a autoestima seja desenvolvida com base em limites e regras.
Estes limites criam segurança à criança e uma criança que se sente segura, tem muito provavelmente uma melhor autoestima.
Trabalhe a independência
Proporcione à criança oportunidades para que ela possa tomar decisões, não ficando assim tão dependente das decisões de terceiros.
Decisões simples mas com um grande impacto para ela, como por exemplo ter a oportunidade de ser ela a escolher onde colocar os adereços de natal, podem contribuir para o aumento da sua autoconfiança e consequentemente da sua autoestima.
Uma autoestima saudável permite à criança a capacidade de se motivar para superar desafios, resistindo à frustração, à adversidade e aos obstáculos com maior facilidade. Neste jogo interno, se a autoestima for estruturada e realista não dependerá tanto da opinião de terceiros ou do reforço de outras pessoas para tomar decisões.
Parecendo que não, esta capacidade é muito importante para todos nós, que na nossa vida diária temos que o fazer, de modo independente e com o peso da responsabilidade nos ombros. Uma auto estima boa contribui para uma maior saúde mental e consequentemente mais felicidade no dia-dia.