O erro e a aprendizagem da escrita. Errar é uma etapa imprescindível da aprendizagem. À medida que a criança é solicitada a escrever de uma forma cada vez mais autónoma, se ela ousa arriscar (e isso é bom), é natural que vá errar. Só dessa forma poderá experimentar e aprender.
“O meu filho entrou para a escola no ano passado. Dava tão poucos erros! Era tão bom aluno! Agora? Cada palavra, cada erro. Escreve até uns textinhos muitos engraçados, mas dá tantos erros!”
O erro e a aprendizagem da escrita
Será que esta preocupação se justifica? Terá o erro que estar sempre presente no processo de aprendizagem ou pode e deve ser evitado?
É frequente vermos uma criança dar menos erros quando começa a escrever do que algum tempo depois. Parecia que já estava a deixar de dar erros e eles começam a surgir em catadupa. Será preocupante ou será natural?
Falar e escrever
À medida que os bebés aprendem mais palavras, não são também mais aquelas que eles dizem erradas, constituindo até alvo de orgulho dos pais e fonte de humor nas reuniões familiares?
Errar é uma etapa imprescindível da aprendizagem. À medida que a criança é solicitada a escrever de uma forma cada vez mais autónoma, se ela ousa arriscar (e isso é bom), é natural que vá errar. Só dessa forma poderá experimentar e aprender.
Se, para evitar o erro, ela produz sempre uma escrita condicionada a meia dúzia de palavras que conhece bem, outra vertente importante da escrita – a criatividade -, estará seriamente comprometida.
Desenvolvimento da correção ortográfica
Tal não significa que não se deva fazer um trabalho orientado para o desenvolvimento da correção ortográfica. Aquilo que se pretende é formar indivíduos competentes na escrita criativa e correta, do ponto de vista do cumprimento das regras da ortografia, da sintaxe e da pontuação.
A atitude face ao erro é que deve ser pensada. Ele deve ser visto como uma etapa da aprendizagem e, dessa forma, não deve ser motivo para castigo ou troça, os quais iriam causar stress e desenvolver sentimentos de incompetência pessoal face à escrita. Poderiam começar a surgir bloqueios e recusas que apenas iriam agravar o problema.
O trabalho de correção ortográfica pode revestir características lúdicas. Há muitos jogos que os pais podem fazer com os seus filhos, tais como lotos, dominós de palavras ou o Master Mind.
Há materiais manipuláveis, como cubos, letras de plástico, quadros magnéticos com letras aderentes. Há jogos que a criança pode fazer individualmente – sopas de letras, encontrar diferenças entre desenhos, palavras cruzadas – e que se podem encontrar em revistas para crianças de diferentes idades. Desta forma a família poderá colaborar com a escola no processo de aprendizagem do seu filho.
Usar a tecnologia a nosso favor
O computador, de que as crianças tanto gostam, pode ser utilizado para ajudar a melhorar a ortografia. Se, assinalados os erros pelo computador, a criança procurar fazer a sua correção sem consultar as alternativas sugeridas pelo próprio computador, estará a identificá-los, a corrigi-los e a interiorizar a sua correção.
Se a criança avança na idade e na escolaridade e os erros persistem, o problema merece preocupação, mas não dramatismo nem culpabilização. É preciso determinar as situações em que os erros ocorrem e categorizá-los, a fim de encontrar estratégias para os evitar.
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