10 Competências que a disciplina traz ao seu filho
As crianças precisam de ter regras, valores e formas de conduta que aprendem, sobretudo, através do exemplo dos pais, educadores e professores.
Os limites e as regras devem ser compreendidas pela criança e aplicadas sob um ponto de vista positivo. Os limites ajudam a situar os comportamentos, aumentam a consciência sobre as ações desenvolvidas, dão autonomia e permitem que cada um crie o seu espaço social – na família, na escola e na sociedade.
A disciplina propícia o desenvolvimento das competências que formam os principais traços da personalidade e que permitem lutar a favor da realização dos objetivos, contra a adversidade e a melhorar a forma como nos relacionamos connosco e com os outros.
1. Compreender a importância da rotina
A rotina é fundamental para estruturar as diferentes tarefas diárias. Ter horas para acordar, para dormir, para fazer os trabalhos de casa e para brincar ajuda a criança a balizar o seu dia e a orientar-se.
2. Saber ouvir “Não”
Se a criança tem todas as vontades satisfeitas, se não sabe ouvir um “não” terá grandes dificuldades em se relacionar com outras crianças e de se impor. Saber esperar pelo momento oportuno, trabalhar para alcançar o que pretende e saber argumentar vem muito desta capacidade de saber lidar com a frustração.
3. Saber relacionar-se
A competência social é importante para a satisfação pessoal. Saber estar, aprender a respeitar as necessidades e as opiniões dos outros, perceber a importância da negociação e do compromisso são trunfos essenciais para estabelecer relações saudáveis e significativas com os amigos e familiares.
4. Ser capaz de tomar decisões
Quando são impostos limites, que a criança compreenda, também aprende a ser autónoma, a enfrentar os problemas e a ser responsável pelas consequências dos seus próprios atos.
5. Colaborar e trabalhar em grupo
Cada vez mais vivemos e trabalhamos em rede. Saber ouvir e aprender a expor as ideias e opiniões são competências cada vez mais valorizadas, na escola e em termos profissionais.
Colaborar, no sentido de dividir tarefas onde cada um faz o seu trabalho individualmente, não é suficiente. A colaboração efetiva envolve desenvolver algo em conjunto a partir do respeito e da discussão das várias ideias em presença, diálogo, negociação e compromisso.
6. Não esperar uma recompensa
Não estabeleça uma relação entre o desempenho escolar e o ganho de dinheiro. Os bons resultados escolares devem ser um objetivo em si mesmo. O mau rendimento escolar ou um comportamento menos positivo não devem ser punidos com suspensão de semanada ou mesada.
O mesmo acontece com a realização de tarefas domésticas, que como também devem fazer parte das obrigações familiares das crianças, não devem ser condição para a semanada ou mesada porque a criança poderá recusar-se a cumpri-las se não precisar de dinheiro.
7. Ser cortês e gentil
Em casa, na escola, com os amigos ou em qualquer outra situação do dia-a-dia. A tolerância, respeito, paciência e educação facilitam e tornam mais agradáveis as relações sociais, promove o respeito mútuo e faz de nós pessoas mais positivas, responsáveis e com melhor autoestima.
8. Dar valor ao dinheiro
Para evitar estar constantemente a sentir os desejos do seu filho o melhor é passar parte da responsabilidade da gestão do dinheiro da família para ele, atribuindo-lhe uma fatia do orçamento caseiro para um determinado período de tempo.
Para ensinar o seu filho a entender a importância de não desperdiçar deixe-o gerir o seu dinheiro desde cedo. Por volta dos 5-6 anos dê-lhe a responsabilidade de ter dinheiro com uma semanada (defina o valor conforme a idade). Isso irá ajudá-lo a tomar decisões e fazer escolhas, mesmo que em pequena escala.
Envolva o seu filho nas decisões financeiras que lhe dizem diretamente respeito, dê-lhe opções de compra (compras isto OU aquilo, não as duas coisas) para que aprenda o valor do dinheiro e se aperceba dos custos associados.
9. Enfrentar as dificuldades e procurar soluções
Mesmo quando não se gosta particularmente da tarefa que está a realizar, deixá-la a meio e desistir não pode ser a solução. É importante aprender a importância de cumprir as tarefas até ao fim, para vivenciar a satisfação proporcionada pelo fato de se atingirem os objetivos e as metas propostas.
10. Ser resiliente
Enquanto a maioria dos pais esperam que seus filhos nunca enfrentem extrema adversidade (o que é totalmente errado), enfrentar com sucesso situações difíceis, pode realmente, promover o crescimento e ajudar a desenvolver, nas crianças, as habilidades para serem mais resistentes no futuro.
“A resiliência pode ser entendida como um sistema de adaptação que permite a vivência de adversidades, traumas e situações stressantes (saúde, trabalho,…) numa atitude de disposição para a mudança e portanto para a aprendizagem.
A resiliência é, portanto, um processo de aprendizagem para o qual contribuem recursos pessoais, ambientais. Nos recursos pessoais salientam-se características como: criatividade, persistência, inteligência emocional, gratidão, sentido de humor.”