A Gata Borralheira, conto de Charles Perrault
A Gata Borralheira é provavelmente um dos contos mais conhecidos em todo o mundo. A protagonista deste conto, Cinderela, é uma menina órfã de mãe. A madrasta e as filhas desta desprezam-na e fazem dela uma criada. Contudo, a Gata Borralheira acaba por superar todas as dificuldades e termina muito feliz.
A figura materna na história é multifacetada: a Cinderela teve uma mãe bondosa. Por outro lado, a madrasta é exigente e cruel. A fada está presente para ajudar a nossa heroína a concretizar os seus sonhos.
Este conto mostra que há sempre uma forma de ultrapassar os problemas e dificuldades. Isto é importante pois poderá ajudar a criança a lidar com os seus problemas. Podemos sempre alcançar os nossos objetivos desde que tenhamos paciência, persistência e trabalharmos para os concretizar!
Era uma vez…
Era uma vez uma menina órfã de mãe chamada Cinderela, muito bonita e bondosa. O seu pai tinha-se casado novamente com uma mulher muito má e arrogante que tinha duas filhas igualmente más e feias.
Pouco tempo após o casamente, a madrasta e as suas filhas começassem a tratar mal a rapariga. Riam-se dela, tratavam-na mal e como uma criada.
Como passava muito tempo na cozinha, junto à lareira, também chamado de borralho, tinham começado a chamá-la de Gata Borralheira.
O convite para o baile real
Um dia, o filho do rei que estava em idade de se casar, decidiu dar um grande baile. Foram convidadas todas as raparigas solteiras do reino pois o príncipe tencionava escolher a sua esposa.
As duas irmãs da Cinderela ficaram muito contentes com o convite para o baile e mandaram fazer belos vestidos. Para seu espanto, a madrasta deixou que a Gata Borralheira fosse ao baile, mas a menina não tinha nada para vestir. Então, os animais seus amigos fizeram-lhe. um vestido de retalhos. Ela ficou linda.
Ao verem a Gata Borralheira tão bonita, as duas irmãs malvadas rasgaram-lhe o vestido. Depois, saíram para o baile acompanhadas da madrasta.
Muito triste, a rapariga foi-se sentar à lareira a chorar pois sem o vestido já não podia ir ao baile.
O vestido da Gata Borralheira
De repente, apareceu uma senhora com um ar muito bondoso. Esta senhora não era nada mais, nada menos que uma fada e trazia na mão uma varinha mágica!
– Eu sou a tua fada madrinha. Porque é que estás a chorar Gata Borralheira? – perguntou a fada.
– Eu gostava muito de ir até ao baile, mas as minhas irmãs rasgaram o meu vestido e tive de ficar em casa.- respondeu a menina.
– Não te preocupes! Eu vou resolver o teu problema e tu vais. Só tens que me trazer uma abóbora.
Muito curiosa, a Gata Borralheira trouxe da horta a maior abóbora que lá encontrou. Com a sua varinha mágica, a fada transformou a abóbora numa linda carruagem dourada. Depois apontou para seis ratinhos e transformou-os em seis majestosos cavalos brancos. Finalmente, apontou a varinha para outro rato grande e surgiu um elegante cocheiro.
– Está tudo pronto para o baile! Só falta o teu vestido.
E ainda com a varinha mágica, a fada-madrinha transformou o vestido de farrapos de Gata Borralheira num magnífico vestido de baile. Nos pés surgiram uns lindos sapatos de cristal. A Gata Borralheira estava deslumbrante!
A Gata Borralheira subiu para a carruagem e, antes de partir, a fada disse-lhe:
– Tens que voltar antes da meia-noite porque a essa hora a magia acabará e tudo se transformará outra vez.
– Não me vou esquecer! – prometeu a Gata Borralheira muito contente.
A Gata Borralheira brilha no baile
Mal chegou ao baile, todos olharam para a Gata Borralheira e perguntavam-se quem seria aquela bela rapariga. O príncipe apaixonou-se de imediato por ela e convidou-a para dançar.
Durante toda a noite, o príncipe só quis dançar com ela. A Gata Borralheira, por sua vez, também gostou muito do príncipe e na companhia dele as horas voaram. Tão distraída estava a Gata Borralheira que só quando começaram a dar as 12 badaladas da meia-noite, se apercebeu da hora tardia.
Aflita, deixou o príncipe e saiu a correr. Ao descer a escadaria do palácio, caiu um dos sapatinhos de cristal do seu pé que ficou para trás. O príncipe foi a correr atrás dela, mas não a conseguiu encontrar. Muito desiludido, agarrou no sapatinho e levou-o consigo.
A dona do sapato de cristal
No dia seguinte, todas as pessoas falavam sobre o assunto. Quem seria a bela rapariga misteriosa que saiu a correr? Alguma princesa?
Determinado a reencontrar a linda rapariga, o príncipe chamou os seus criados e disse:
– Vamos percorrer o reino até encontrarmos a dona deste sapato. É com ela que me quero casar!
E assim foi. O príncipe visitou todas as casas do reino, mas não conseguia descobrir a dona do sapato de cristal. O sapato era muito delicado e pequenino e não servia a nenhuma das raparigas que o experimentavam. Por fim, chegou a casa da Gata Borralheira…
As irmãs estavam muito nervosas pois queriam, a todo o custo, que o belo sapatinho lhes servisse para poderem casar com o príncipe. Mas foi em vão que o experimentaram.
– Não há mais ninguém cá em casa?- Perguntou o príncipe.
A madrasta respondeu que só estava a criada, mas que ela não tinha ido ao baile. Mas, mesmo assim, o príncipe insistiu que a Gata Borralheira tentasse calçar o sapato. Contudo, para espanto de todos, o sapato serviu-lhe que nem uma luva! Tinha sido encontrada a dona do sapato de cristal.
Gata Borralheira aceitou casar com o príncipe e viveram felizes para sempre. E quanto às irmãs, como era muito bondosa, Gata Borralheira deixou-as viver no palácio.