Selecionámos sete tipos de dores de barriga comuns para que saiba o que fazer quando o seu filho se queixar. Efetivamente, qual é a criança ou bebé que nunca se queixou de dores de barriga? Os bebés, embora não possam verbalizar as dores, fazem-no através do choro, por exemplo.
É muito importante reconhecer a origem das dores de barriga num bebé ou criança pois poderá tomar a decisão acertada para aliviar o problema. Normalmente, a causa não é grave e a criança recupera com alterações na alimentação e sem necessidade de ir ao médico.
No entanto, há situações em que as dores de barriga assinalam um problema mais grave, como a apendicite. Há ainda as dores de barriga psicossomáticas, ou seja, que não apresentam uma causa física. Isto significa que são dores que estão ligadas a um estado de ansiedade ou nervosismo da criança e que se manifesta em forma de dores de barriga.
Seja que tipo de dor de barriga a criança sinta, esta deve ser valorizada e tratada adequadamente se for o caso. É que muitas dores de barriga acabam por se tornar crónicas, afetando o dia-a-dia da criança.
Várias causas para as dores de barriga
Apresentamos, assim, uma seleção de sete tipos de dores de barriga que atingem bebés e crianças com maior frequência. Além dos sintomas de cada tipo de dor, deixamos alguns conselhos em como proceder.
Não se esqueça que este artigo não pode, de forma alguma, substituir o parecer de um médico. Por isso, se estiver em dúvida sobre o que fazer, deverá consultar o pediatra.
Neste artigo vamos falar sobre dores de barriga causadas por:
- Viroses e infeções
- Gases
- Excessos alimentares
- Prisão de ventre
- Músculos doridos
- Sistema nervoso
- Apendicite
Viroses e infeções
Uma virose ou infeção pode causar dores de barriga. Este é o caso do rotavírus, que é muito comum na infância e muito contagioso. Além de dores, pode ainda causar diarreia, vómitos e febre.
O famoso rotavírus e outros vírus e bactérias, que podem estar no ar, em locais contaminados ou em alimentos, são os responsáveis por essa dor. As bactérias, como a Escherichia coli, podem causar intoxicações alimentares, cujos sintomas incluem dores de barriga.
No caso de ser uma virose, deverá melhorar no espaço de dois a três dias. Se a criança estiver bem-disposta, mantenha-a hidratada. Se a achar demasiado prostrada, consulte o pediatra.
No caso de intoxicação alimentar leve, os sintomas devem passar e a criança deve beber muita água. Em casos mais graves, procure um médico.
Gases
A presença de gases no sistema gastrointestinal pode causar dores de barriga. Nos recém-nascidos, as dores de barriga são comuns porque o seu sistema gastrointestinal encontra-se ainda imaturo.
O sistema gastrointestinal ainda está a aprender a funcionar por si só. Os músculos que favorecem a digestão ainda não estabeleceram o seu próprio ritmo para mover eficazmente o alimento através do trato digestivo. A flora intestinal ainda não está suficientemente desenvolvida para cumprir o seu papel na digestão.
É, portanto, comum vermos um recém-nascido contorcer-se devido a cólicas e a chorar de forma persistente. Neste caso pode fazer massagens na barriga do bebé ou dar-lhe um suplemento alimentar para aliviar as cólicas.
As crianças podem também sofrer dores de barriga devido à presença de gases no sistema gastrointestinal. Isto pode dever-se ao consumo de alimentos ricos em fibras ou hidratos de carbono que provoca fermentação. O feijão, a couve e os brócolos são exemplos.
Neste caso não ofereça esse tipo de alimentos à criança, e movimentar-se poderá facilitar a libertação dos gases. Se o desconforto se prolongar consulte o pediatra.
Excessos alimentares
Uma ida a uma festinha de Natal ou de aniversário traz inevitavelmente o consumo abundante de doçaria, de refrigerantes riscos em açúcar e de outros alimentos ricos em gordura e sal.
As dores de barriga são uma das consequências destes excessos alimentares. Neste caso, as dores deverão melhorar gradualmente. Dê à criança uma alimentação leve, típica de dieta e muita água.
Prisão de ventre
A prisão de ventre pode causar inchaço abdominal e cólicas na barriga em bebés e crianças. Normalmente deve-se a uma alimentação pobre em fibras, nomeadamente fruta e legumes e pouco consumo de água.
A prisão de ventre pode também afetar bebés. A dificuldade em evacuar regularmente tende a agravar-se a partir da introdução dos primeiros alimentos sólidos na alimentação do bebé.
Eliminar a lactose da dieta, aumentar o consumo de fibras, massajar a barriga são apenas algumas estratégias usadas para evitar a prisão de ventre da criança. Consequentemente, as dores irão desaparecer.
Músculos doridos
Quando uma criança está doente e tem espirros ou tosse persistente, por exemplo, pode causar pressão nos músculos abdominais. Surgem assim, dores de barriga devido aos músculos abdominais doridos.
Uma sessão de gargalhadas pode também causar tensão nos músculos abdominais. Os músculos doridos causam dores de barriga. Nestes casos, as dores normalmente passam sem necessidade de tratamento.
Sistema nervoso
O medo, o nervosismo e a ansiedade poderão manifestar-se através de vários sintomas físicos, incluindo dores de barriga. Aliás, é muito comum uma criança sentir este tipo de dores perante uma situação que lhe causa ansiedade ou medo.
Os motivos não faltam: é comum ouvirmos crianças queixarem-se de dores de barriga no primeiro dia numa escola nova, quando sofrem bullying, antes de um espetáculo em frente a uma grande audiência…
Neste caso, o melhor a fazer é tentar acalmar a criança e procurar aumentar a sua autoconfiança. Em casos recorrentes – se a criança é vítima de bullying, por exemplo – poderá ser necessário acompanhamento de um profissional de saúde.
Apendicite
A apendicite é mais comum a partir dos cinco anos de idade e não pode ser prevenida. As dores de barriga ocorrem repentinamente e podem ser acompanhadas de náuseas e febre. Os sintomas evoluem rapidamente.
Neste caso, leve a criança imediatamente às urgências para tratar a apendicite pois esta pode ser perigosa e mesmo fatal sem tratamento.