Pedopsiquiatria: promoção da saúde mental infantil e juvenil
O sofrimento das crianças que advém da separação dos pais, da situação de pobreza em que vivem, da violência familiar, da solidão ou do insucesso escolar provoca por vezes, um isolamento e devastação emocional tão profundo que exige a intervenção de um profissional.
Pedro Strecht, médico especializado em Psiquiatria da Infância e da Adolescência, alerta que as crianças e os adolescentes “são sempre seres dependentes e vulneráveis e não podem nem devem ser deixados emocionalmente sozinhos”.
A Pedopsiquiatria é uma especialidade médica destinada à avaliação, diagnóstico, tratamento e prevenção de problemas emocionais e/ou comportamentais, que afectam crianças, adolescentes e suas famílias. Além da intervenção direta, o pedopsiquiatra desenvolve um trabalho importante a nível comunitário (apoios às creches, jardins de infância, escolas, etc.) que promove a integração da criança no seu meio natural.
O número de consultas de Pedopsiquiatria tem aumentado, sobretudo à custa do mau desempenho escolar, problemas do comportamento, crianças negligenciadas, maltratadas e filhos de toxicodependentes.
Além disso, as situações das famílias disfuncionais são cada vez mais graves. Divórcios conflituosos ou situações de pobreza e maus tratos infantis atiram as crianças para situações de profunda angústia e a ajuda profissional poderá permitir-lhes encontrar algum equilíbrio emocional e a reencontrar o sentido das suas vidas.
Os problemas da pedopsiquiatria são muito específicos: a Infância é a “idade de ouro” para a prevenção. Assim, a Saúde Mental e a Psiquiatria Infantil, a par da sua intervenção directa (diagnóstico e tratamento) numa perspectiva de desenvolvimento, tem também a vertente preventiva.
Muitas das nossas crianças só podem contar com a família para as ajudar a sobreviver num mundo de angústias destruturantes. Mas quando os pais e os próximos não podem, ou não desejam assumir as funções básicas, essas só poderão ser realizadas por terapeutas, educadores, assistentes sociais e outros “profissionais da relação”.