Contrariamente ao que muitas pessoas poderão pensar, esta não é uma doença exclusiva dos adultos, também se manifesta nas crianças – a dita psoríase infantil.
O que é a psoríase?
A psoríase infantil, ou simplesmente psoríase, é uma doença automimune que surge no maior órgão do corpo, a pele. É uma doença inflamatória da pele, mais concretamente, que pode surgir em qualquer idade.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, um terço dos adultos teve os primeiros sinais antes dos 16 anos de idade, na adolescência.
Ainda que, há alguns anos, diversos estudos tivessem comprovado uma maior prevalência nas crianças de sexo feminino, atualmente, a sua observação é sensivelmente igual em ambos os sexos.
Quando a psoríase surge na infância pode deixar sequelas físicas, de onde podem advir marcas psicológicas, como desconforto, vergonha, tendência a isolar-se e por aí fora.
Na fase primeira infância, até aos 2 anos de idade, a doença manifesta-se através do surgimento de placas eritematosas bem delimitadas que envolvem os órgãos genitais, o rabo e a zona umbilical.
Mais tarde, essas placas vermelhas, espessas, de diversos tamanhos e descamativas podem aparecer noutras zonas do corpo: face, aos cotovelos, joelhos, couro cabeludo (que pode ser confundido com dermatite seborreica), zona lombar e unhas.
Quais as suas causas?
Não existem evidências científicas que comprovem as causas da psoríase infantil. No entanto, sabe-se que há maior probabilidade de desenvolver a doença quando existe um membros da família com a mesma.
Além disso, está também associada a doenças como a diabetes, doença cardíaca, stress, utilização de determinados medicamentos (beta-bloqueantes, anti-maláricos, alguns anti-inflamatórios), depressão e alterações do sistema imunitário.
Doenças associadas à psoríase infantil
Segundo a PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase, esta doença pode fazer disparar os níveis de colesterol, um dos fatores de risco de doenças cardiovasculares, tal como a obesidade infantil. Por esse motivo, alerta para a importância da monitorização constante das crianças com psoríase infantil.
Um estudo realizado em Portugal em 2010 concluiu que cerca de um quarto dos doentes com esta condição têm outras doenças associadas, nomeadamente hipertensão arterial.
Além disso, como foi já referido anteriormente, pode ter grande impacto psicológico na vida social da criança.
De frisar que a psoríase não é contagiosa. Ou seja, a partilha de espaços ou o contacto com pessoas afetadas não origina a doença.
Tratamento para a psoríase infantil
O tratamento depende da gravidade, da zona afetada e da extensão da lesão.
As terapêuticas visam um maior controlo da doença e não uma cura, visto tratar-se de uma doença autoimune e, portanto, crónica. O objetivo é melhorar a qualidade de vida do doente.
Para equacionar o tratamento devem ser tidos em conta diversos fatores:
- Sexo;
- Idade;
- Quadro clínico;
- Gravidade da doença, sinais e sintomas associados;
- Doenças associadas;
- Medicações e tratamentos anteriores, efeitos adversos ocorridos
Os pais devem ser esclarecidos e orientados nas ações a tomar e cuidados a ter.
Quando a área afetada não é extensa, pode recorrer-se à fototerapia (exposição a raios ultravioleta A ou B reduz a multiplicação das células da pele) e à utilização de cremes. Por outro lado, quando a psoríase infantil afeta a qualidade de vida, pode considerar-se a prescrição de fármacos (orais ou injetáveis).
Quais os cuidados a ter quando a criança tem psoríase infantil?
Sendo esta uma doença que afeta a pele, existem alguns cuidados a ter para acalmar o órgão e não causar mais reatividade:
- Escolher um gel de banho e creme hidratante seguindo as recomendações do médico assistente;
- Evitar materiais têxteis que possam agredir a pele;
- Em alguns casos, a psoríase melhora com a exposição solar;
- Proteger bem a pele com protetor solar hidratante.
É essencial o acompanhamento regular de um profissional de saúde já que, segundo várias investigações, cerca de 10% dos doentes acaba por desenvolver artrite psoriática (inflamação das articulações).
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.
Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.