Existem diversos tipos de secreções vaginais, entre os quais o muco cervical. Devido às alterações hormonais, durante o ciclo menstrual, o muco pode ser diferente, quer na quantidade, textura e/ou cor.
O que é e para que serve?
O muco cervical não é mais do que um corrimento vaginal que vai alterando ao longo das fases do ciclo menstrual da mulher (fase folicular, na qual se inclui a menstruação e a fase proliferatica; e a fase lútea). As alterações do muco indicam em que fase do ciclo a mulher se encontra.
Normalmente, é monitorizado quando a mulher está a tentar engravidar, uma vez que permite descobrir, com maior exatidão, quando a mulher está no ciclo de ovulação (altura em que a probabilidade de o espermatozoide fecundar o óvulo, libertado pelas trompas de falópio para o útero, é maior).
Como avaliar o muco cervical?
No início do ciclo menstrual, a mulher tem a menstruação, durante aproximadamente 3 a 5 dias (variável consoante a mulher). Posteriormente, é provável que o corrimento seja escasso ou mesmo inexistente durante alguns dias. Findos esses dias, a secreção vaginal passa a ter uma consistência espessa e pegajosa e uma cor ligeiramente opaca. Durante este intervalo de tempo, a que se chama fase folicular, existem poucas probabilidades de a mulher engravidar.
No entanto, quando se aproxima o período de ovulação, o muco cervical é mais abundante. Tem um aspeto viscoso e elástico, semelhante à clara de ovo.
Portanto, é essencial que a mulher observe, diariamente, o seu corrimento, retirando-o da vagina com dois dedos ou com um pedaço de papel higiénico, por exemplo.
Muco cervical anormal
O corrimento vaginal anormal pode ser detetado por um médico ginecologista. Este avalia a mulher e verifica se existe alguma infeção que esteja na origem dessa secreção.
Ao permitir que as bactérias que causam a infeção no colo do útero (cervicite), se colonizem no útero, este muco pode resultar, em alguns casos, na destruição do esperma.
Além disso, estas podem ter anticorpos que matam os espermatozoides antes deles chegarem ao óvulo.
Ainda assim, os problemas com o muco cervical raramente prejudicam a fertilidade de uma forma significativa. No entanto, existem exceções. As mulheres com cervicite crónica ou um cólo do útero cujo diâmetro foi reduzido devido a tratamentos de anomalias pré-cancerosas do colo do útero (displasia cervical) podem sofrer de infertilidade.
Tratamento do muco cervical anormal
O tratamento deste tipo de situações podem incluir, além do tratamento normal para as infeções que originam esta secreção anormal, as Técnicas de Procriação Medicamente assistidas.
A colocação de sémen diretamente no útero para contornar o muco (inseminação intrauterina) e fertilização in vitro são algumas das técnicas de PMA. Não existem, porém, certezas de que estes tratamentos aumentem efetivamente a taxa de sucesso de gravidez.